Sustentados pelo Espírito, comunicar a esperança
Sustentados pelo Espírito, comunicar
a esperança
João Paulo II
Para
o XXXII Dia Mundial das Comunicações Sociais, que em 1998 se celebrou no dia 24
de Maio, o Papa João Paulo II enviou uma Mensagem a todo o mundo. Sob o tema:
Sustentados pelo Espírito, comunicar e esperança.
Se
alguma coisa faz falta neste mundo em que vivemos é a esperança. Uma grande
maioria das pessoas vive no desânimo e na incerteza do dia de amanhã! Mas, o
Espírito Santo sustenta os crentes na esperança escatológica; é esperança de
salvação, esperança do céu, esperança de perfeita comunhão com Deus. Esta esperança
é “uma âncora para a nossa vida. Ela é segura e firme, é penetrante até ao
outro lado da cortina do santuário, onde Jesus entrou por nós como Precursor”
(Heb.6, 19-20).
O
Papa convida a reflectir que esta esperança escatológica está ligada profundamente
à nossa vida aqui e agora, baseada no bem-estar dos homens e das mulheres. Se
alguém diz “eu amo a Deus, e no entanto odeia o seu irmão, é mentiroso; pois
quem não ama o seu irmão, a quem vê, não poderá amar a Deus, a Quem não vê.” (1
Jo.4, 20)
É preciso,
pois, que os cristãos saibam ler os sinais de esperança que nos circundam no
mundo em que vivemos. E aponta como sinais de esperança: “o progresso
científico, tecnológico e sobretudo médico, ao serviço da vida humana, uma
maior autoconsciência da nossa responsabilidade para com o ambiente, esforços
para restabelecer a paz e a justiça onde foram violadas, o desejo de
reconciliação e solidariedade entre os povos, em particular no âmbito da
complexa relação entre o Norte e o Sul. Existem também na Igreja muitos sinais
de esperança, entre os quais uma escuta mais atenta do Espírito Santo, que
sugere a aceitação de carismas e a promoção dos leigos, um emprenho mais
profundo pela unidade dos cristãos e um crescente reconhecimento da importância
do diálogo com as outras religiões e com a cultura contemporânea” (TMA, 46).
As
comunicações sociais têm a tarefa de unir as pessoas e de enriquecer a sua
vida, e não de isolar e explorar: assim serão sinais de esperança. Mas, quando
os comunicadores não vivem esta esperança na verdade, mas transformam a
comunicação num “exercício utilitarista, com a finalidade de solicitar,
persuadir ou vender; ou para veicular ideologias, ou reduzir os seres humanos a
unidades de consumo ou a grupos de interesse em competição entre si, ou
manipulam os telespectadores, leitores ou ouvintes em meras cifras das quais se
esperam vantagens , quer elas estejam relacionadas com outro apoio de tipo
político ou com a venda de produtos; são estes factos que irão destruir a
comunidade”.
Se os
meios de comunicação social se empenharem em tornar possível o intercâmbio de
informações autênticas, de ideais construtivos, de valores sadios, então, criam
comunidade.
Os
comunicadores cristãos, além de preparação técnica, e formação na ética e na
moral, na cultura humana, na filosofia, na história, nas ciências e na
estética, devem ser homens e mulheres de oração, homens que estejam em comunhão
com o Santo, “o agente principal da nova evangelização” (TMA,45), para poderem
comunicar a esperança a outras pessoas.
Todos
os crentes devemos dar “razão de ser da nossa esperança”, num mundo em que
tantos tentam viver sem ela buscando sentido para a vida verdadeira, mas que,
por falta de valores, lhes foge momento a momento. E não volta, não!
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