SIRIA Cobane ainda Resiste
SIRIA
Cobane ainda
Resiste
Quinta-feira, 16 de Outubro de 2014 |
Os militantes do Estado
Assassino já terão conquistado quase metade da cidade sírio-curda de Kobane
junto à fronteira com a Turquia.
Segundo uns noticiários, o
posto de comando dos heroicos defensores curdos da cidade terá sido conquistado
e as munições começam a faltar.
Entretanto, os ataques aéreos
dos americanos e alguns aliados como a Jordânia, Arábia Saudita, etc. têm
produzido poucos resultados, exceto a destruição de alguns tanques e veículos
pesados.
Os jihadistas alteraram as
suas táticas e passaram a abastecer os seus combatentes com munições e armas
ligeiras transportadas em motas, as quais são difíceis de serem atingidas pela
aviação e até pelos mísseis ar-terra. Na verdade, os supersónicos F-16, F-18 e
F-22 não foram construídos para atacarem motas. Talvez, os helicópteros Apaches
pudessem fazer algo, mas os americanos têm medo que algum seja abatido pelo
fogo antiaéreo islâmico. Mas, para já, os militantes islâmicos cometeram o erro
de ocupar os montes junto à cidade que nas fotos aparecem sempre muito negros,
talvez de lava vulcânica ou resíduos petrolíferos, e implantaram a sua
bandeira. A partir desses montes podiam disparar à vontade sobre Cobane, mas
foram vistos pela aviação aliada e imediatamente aniquilados, pois aí nem havia
casas ou população. A seguir os residentes armados da cidade reocuparam os
mesmos montes. Aos jihadistas faltou algum pensamento tático.
Para além de mudarem os seus
meios logísticos, os jihadistas construíram pequenos postos de reabastecimento
enterrados e entrincheirados ou instalados em edifícios residenciais, a partir
dos quais fizeram os seus ataques contra os curdos de Cobane que lutam com
armas ligeiras e, estando cercados, acabam por esgotarem as munições e serem
obrigados a suicidarem-se para não serem torturados e degolados pelos
militantes islâmicos.
Saliente-se que os curdos
possuem apenas armas ligeiras, sendo na maior parte do tipo Kalashnikov e
velhas metralhadoras russas. De resto, já não é possível fazer chegar aos
curdos de Cobane armas mais sofisticadas. Os turcos possuem forças importantes
a 4 km da cidade na sua fronteira, mas não querem intervir. Interessa-lhes que
os curdos sejam liquidados pelos islamitas como meio de enfraquecer o poder
curdo e evitar a formação de um Estado autónomo curdo como o que existe já no
Iraque e será depois os alvos do Estado Assassino, mas um alvo tanto mais
difícil quanto mais armas receber do Ocidente. Saliente-se ainda que o Estado
Assassino nunca irá atacar a Turquia porque é demasiado poderosa e até é
governada por Erdogan, o líder de um partido quase extremista muçulmana. O
Califado tem dois inimigos fracos, a Síria e o Iraque, nos quais pode instalar
um importante Estado com petróleo e importantes barragens. Passarão a controlar
as águas do Tigres e do Eufrates e estão já às portas de Bagdad. São fanáticos,
mas no seu avanço para sul contornaram duas cidades santas xiitas para não
entrarem num conflito excessivamente religioso com a maioria xiita do Iraque e
do Irão. Preferem ocupar o Curdistão que não agrada a turcos, iraquianos e
iranianos e aí instalarem um Estado que se estenda desde a costa síria até à
fronteira norte com o Irão. Para já, vão ser mortos os curdos da Síria que não
se refugiaram na Turquia para serem alimentados pela Comissão de Refugiados da
ONU dirigida por Guterres. Depois o Ocidente tomará algumas medidas, mas a
ninguém interessa o aparecimento de novas limpezas étnicas tipo Sebernica.
Poucos esquecem que os judeus
sofreram o terrível holocausto nazi e das "cinzas de sei milhões de
mortos" fizeram o primeiro Estado Judeu em mais de dois mil anos.
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