ARGÉLIA Massacre dos monges trapistas na Argélia completa 20 anos
ARGÉLIA
Massacre dos monges trapistas na Argélia completa 20 anos
2016-03-28
Rádio Vaticana
Roma (RV) - Há 20 anos o massacre dos monges
trapistas na Argélia: a recordação do Abade Eamon: “Se acontecesse um dia eu
ser vítima de terrorismo… gostaria que a minha comunidade, a minha Igreja, a
minha família se recordassem que a minha vida era doada a Deus e na alegria”.
Este o testamento espiritual do Padre Christian de Chergé, um dos sete monges
trapistas assassinados há 20 anos por fundamentalistas islâmicos do Gia na
Argélia. Os sete monges foram sequestrados no seu mosteiro em Thibirine na
noite de 26 para 27 de Março de 1996 e, depois, barbaramente assassinados.
A Rádio Vaticano entrevistou o Abade Geral dos Trapistas, D.
Fitzgerald Eamon:
D.
Fitzgerald: “Acho que o aspecto mais
importante deste assunto é o testemunho comum. Esses irmãos provinham de
diferentes mosteiros: eram vocações surgidas nalguns mosteiros da França. Esses
monges tiveram, portanto, de aprender a viver juntos. O aspecto mais importante
da sua experiência foi a incursão, no Natal de 1993, dos rebeldes no Mosteiro
onde se encontravam. Embora os homens armados tenham acabado por se ir embora,
a experiência de medo e a consciência do risco de morte despertou neles um
sentido de “estar juntos” perante o perigo. Assim, nos três anos seguintes,
constituíram uma comunidade fundada sobre a uma única vontade, um único desejo:
o de permanecer ali e de dar testemunho de Deus".
RV: Os monges de Thiberine decidiram, portanto, permanecer, como disse, na
Argélia, conscientes do risco e dos perigos que corriam. De certo modo, isto
recorda as Missionárias da Caridade, assassinadas no Iêmen….
D. Fitzgerald: “O que
mais me toca é que se trata de pessoas normais, mas pessoas normais dedicadas a
Deus e à sua missão de ser testemunhos do Evangelho. Isto toca-me muito e,
lendo também a história dos Mártires da Argélia, vejo isto cada vez mais. Eles
têm um sentido de Deus, um sentido de vocação que os leva a dar tudo. Com
efeito, este dia, a Sexta-feira Santa, me toca muito, porque é o dia em que
Deus deu a sua própria vida através da morte na Cruz. Acho que esta experiência
de ser amados por Deus esteja na raiz do testemunho dos mártires”.
RV: Muitos, sobretudo depois dos atentados terroristas na Europa,
falam cada vez mais de recontro de civilizações. Os monges de Thibirine deram,
pelo contrário, um testemunho de encontro, de querer construir, até ao fim…
D. Fitzgerald: “Sim,
há algum tempo atrás encontrei um escrito do P. Christian, que era prior da
comunidade, em que ele dizia: “os cinco pilares da paz são a paciência, a
pobreza, a presença, a oração e o perdão”. Isto tocou-se muito: não se trata de
coisas extraordinárias, mas coisas de todos os dias, que podemos viver – cada
um de nós – na nossa situação pessoal.” (SP)
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