PORTUGAL Igreja/Eutanásia: 26 respostas contra «absurdo» do direito a morrer
PORTUGAL
Igreja/Eutanásia: 26 respostas contra «absurdo» do direito a morrer
Conjunto de questões acompanha Nota Pastoral do Conselho Permanente da Conferência Episcopal Portuguesa |
Lisboa, 14 mar
2016 (Ecclesia) - O Conselho Permanente da Conferência Episcopal Portuguesa
(CEP) divulgou um conjunto de 26 questões sobre temas ligados à eutanásia e ao
fim da vida, acompanhando a Nota Pastoral divulgada hoje, em que questionam o
“absurdo” de um “direito” a morrer.
“É absurdo falar
em ‘direito à morte’, como seria absurdo falar em ‘direito à doença’, porque o
direito tem sempre por objeto um bem (à vida, à saúde, à liberdade) na
perspetiva da realização humana pessoal, e a morte não é nunca, em si mesma, um
bem, pois todos os bens terrenos pressupõem a vida, e nunca a morte”, refere o
documento, enviado à Agência ECCLESIA.
O texto propõe
uma distinção de conceitos, a começar pela definição de eutanásia como “uma
ação ou omissão que, por sua natureza e nas intenções, provoca a morte com o
objetivo de eliminar o sofrimento”.
Suicídio
assistido, morte assistida, obstinação terapêutica ou distanásia são questões
explicadas em forma de pergunta e resposta.
“Quer a
eutanásia, quer a obstinação terapêutica, desrespeitam o momento natural da
morte: a primeira antecipa esse momento, a segunda prolonga-o de forma
artificialmente inútil e penosa”, pode ler-se.
O documento
considera “legítimo” reclamar a “humanização do fim da vida”, oferecendo à
pessoa os cuidados de que necessita.
O documento
recorda, por outro lado, que as legislações holandesa e belga permitem a
eutanásia de crianças com o consentimento dos pais, questionando se é possível
falar, nestes casos, numa “eutanásia voluntária”.
“A eutanásia e o
suicídio não representam um exercício de liberdade, mas a supressão da própria
raiz da liberdade”, acrescenta.
Para os bispos
católicos, a dignidade da vida humana não depende de “circunstâncias externas e
nunca se perde”.
“A eutanásia e o
suicídio assistido são uma forma fácil e ilusória de enfrentar o sofrimento, o
qual só se enfrenta verdadeiramente através dos cuidados paliativos e do amor
concreto para com quem sofre”, sustentam.
A CEP rejeita
ainda a ideia de que a legalização da eutanásia e do suicídio assistido sejam
um “progresso civilizacional”, considerando que se trata antes de “um
retrocesso
Nesse sentido,
acrescenta-se que a experiência dos Estados que legalizaram a eutanásia revela
que “não é possível restringir essa legalização a situações raras e
excecionais”.
Os bispos
católicos sublinham a
importância dos cuidados paliativos e dedicam uma parte do texto ao tema da
“sedação paliativa”, que “não deve nunca servir para abreviar a vida do
doente”.
“As necessidades
dos doentes em fim de vida e terminais assentam essencialmente no alívio do
sofrimento físico e psíquico, prestado por uma equipa devidamente apacitada, no
apoio espiritual e no suporte afetivo através da família e amigos”, precisam. OC|ECCLESIA
Comentários
Enviar um comentário