MÉDIO ORIENTE “As perseguições na Síria e no Iraque são genocídio” por IVAN VARGAS
MÉDIO ORIENTE
“As perseguições na Síria e no Iraque são genocídio” por IVAN VARGAS
O
plenário do PE votou nesta quinta-feira (04.02.2016), em Estrasburgo, a favor
de uma resolução que define como actos de “genocídio”, “crimes contra a
humanidade” e “crimes de guerra” – em conformidade com as disposições do
Estatuto do CPI – as atrocidades
cometidas na Síria e Iraque pelo grupo terrorista Daesh, também conhecido como
ISIS, pela sua sigla em inglês.
A
resolução é o resultado do debate ocorrido em 20 de janeiro, no qual boa parte
dos deputados europeus definiram como genocídio o extermínio de minorias
religiosas, principalmente cristãos e yazidis, nesses países.
Na
resolução, que acaba de ser ratificada, o PE pede medidas urgentes para
combater os assassinatos em massa e sistemáticos que cometem os jihadistas.
Além disso, os eurodeputados reiteram a sua condenação às violações dos
direitos humanos cometidas pelo grupo liderado por Abu Bakr al-Baghdadi e os
seus ataques deliberados contra a população cristã, Yazidi, Turcomana, xiita,
Shabak, sabeus, kakae, e até mesmo sunitas que não compartilham de sua
interpretação do Islão.
O
Parlamento também apela à União Europeia (UE) para estabelecer um representante
especial permanente encarregado de velar pela liberdade de religião e crença,
como destaca a própria instituição num comunicado.
Por
último, insta os Estados-Membros a actualizarem os seus sistemas legais e
judiciais, a fim de evitar que cidadãos viajem para a Síria e o Iraque com a
finalidade de se juntarem ao Daesh ou outras organizações terroristas.
“Esta
resolução é um passo importante para que a comunidade internacional reaja
contra a perseguição feroz contra cristãos e outras minorias religiosas em
certos países do Oriente Médio e ponha um freio ao que já foi definido como
genocídio”, explica Ajuda Igreja Sofre (AIS).
No
texto, acrescenta AIS, a Eurocâmara “recorda que os estados membros das Nações
Unidas têm a obrigação legal de proibir todo tipo de ajuda ao Daesh, em
particular o fornecimento de armas e ajuda financeira, incluindo o comércio
ilegal de petróleo.
Finalmente,
a organização comprometida com os cristãos perseguidos informa que o PE pede à
comunidade internacional que “garanta as condições necessárias e as
perspectivas de todas aquelas pessoas que se viram obrigadas a abandonar os
seus lares ou foram retiradas á força, que tornem efectivo, o quanto antes, o
seu direito de voltar aos seus países de origem e a preservar as suas casas,
terras, propriedades e pertences, bem como as suas igrejas, lugares religiosos
e culturais”. in VM março p.5
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