PORTUGAL PSD lamenta que Governo traga de Bruxelas "uma mão cheia de nada"
PORTUGAL
PSD
lamenta que Governo traga de Bruxelas "uma mão cheia de nada"
O PSD lamentou hoje que o Governo tenha regressado de Bruxelas com
"uma mão cheia de nada", sem respostas para os problemas dos setores
portugueses do leite e da carne, acrescentando que vai chamar o ministro da
Agricultura ao parlamento.
© Lusa 16.03.2016 NUNO SERRAHÁ 1 HORAPOR LUSA
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"O PSD está bastante preocupado com o que tem acontecido nos setores
do leite e da suinicultura e, mais ainda, depois de termos visto a prestação do
ministro da Agricultura ontem [segunda-feira] em Bruxelas, que acabou por
trazer com uma mão cheia de nada", afirmou hoje o deputado Nuno Serra, em
declarações aos jornalistas à margem do debate na especialidade do Orçamento do
Estado para 2016 (OE2016), que decorre na Assembleia da República.
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O vice-presidente do grupo parlamentar do PSD considerou que "há uma
falta de capacidade enorme no ministério da Agricultura deste Governo"
para resolver "os problemas essenciais destes dois setores", acusando
o ministro da Agricultura, Capoulas Santos, de fazer um "exercício de
ilusionismo e de malabarismo com hipotéticas medidas, empurrando com a barriga
para a frente aquilo que podiam ser medidas reais e concretas".
Para o deputado social-democrata Nuno Serra, o que há a fazer é, por um
lado, procurar captar novos mercados para compensar o embargo russo e, por
outro lado, manter a isenção de contribuições em sede de Segurança Social aos
produtores dos dois setores.
"O nosso problema hoje é colocar os produtos no mercado e, não havendo
o mercado russo, que escoava grande parte desta produção, o caminho é procurar
outros mercados e isto acontecia com a diplomacia económica do anterior
Governo. Hoje em dia, não temos visto nenhum movimento neste sentido da parte
deste Governo", defendeu Nuno Serra.
Além disso, o parlamentar referiu-se a uma medida que o anterior Governo
PSD/CDS-PP tinha aprovado para o último trimestre de 2015, a isenção total em
sede de Segurança Social, e disse que "o que o PSD tinha proposto era
continuar o que se tinha feito [e permitir que] o setor do leite e agora também
o da suinicultura tivessem uma isenção da Segurança Social para os produtores
não sentirem tanto na sua tesouraria este problema".
Nuno Serra afirmou que os produtores de leite beneficiaram desta isenção
"durante três meses" e defendeu "a continuidade [da isenção]
nestes primeiros três meses" de 2016, recordando que o Governo tem no
OE2016 uma proposta de isenção em 50% das contribuições para a Segurança Social
mas que só entrará em vigor quando o diploma orçamental começar a produzir
efeitos.
Os ministros da Agricultura da União Europeia reuniram-se na segunda-feira
em Bruxelas, tendo os produtores de leite e os suinicultores portugueses
convocado uma marcha lenta de protesto para o mesmo dia no Porto.
O ministro da Agricultura disse em Bruxelas que interpreta os protestos de
produtores de leite e de carne em Portugal como "uma manifestação de apoio
às posições" que leva à reunião de ministros da União Europeia.
À chegada ao Conselho de Agricultura, Capoulas Santos indicou que levava
várias propostas, preparadas previamente com as organizações do setor e disse
ter noção de que "não é uma tarefa fácil".
O governante disse que uma maioria dos Estados-membros da UE defende outras
soluções, mas garantiu que vai se ia bater "pela defesa dos
agricultores" portugueses pelo que entende os protestos em curso em
Portugal como uma posição de apoio às propostas que leva a Bruxelas.
A Comissão Europeia, por seu lado, disse que está disponível para autorizar
a redução temporária da produção de leite sob uma base voluntária e um aumento
dos apoios ao armazenamento, segundo anunciou o comissário europeu para a
Agricultura, Phil Hogan.
Hogan, que também participou no Conselho de Ministros da Agricultura da
União Europeia, adiantou estar preparado para autorizar, "numa base
temporária", acordos voluntários no setor dos laticínios para reduzir a
produção, perante "uma situação de um desequilíbrio grave no
mercado".
Ainda para o setor do leite, Bruxelas propõe-se duplicar os limites para a
ajuda à armazenagem de leite em pó magro e de manteiga para as 218 mil e as 100
mil toneladas, respetivamente.
Em relação à crise na suinicultura, o comissário disse estar disposto a
criar um novo regime de ajuda para o armazenamento privado de carne de porco,
cujos detalhes serão definidos mais tarde. NM
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