BRASIL Conflito no campo motivou 49 assassinatos em 2015, denuncia CPT (Dorothy Stang
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Conflito no campo motivou 49 assassinatos em 2015, denuncia CPT
(Dorothy Stang
Numerosas famílias de agricultores de Anapu, no sul do Pará, encontraram-se em 12 de fevereiro e nos dias seguintes para recordar
o assassinato da irmã Dorothy Stang, ocorrido há 11 anos. A religiosa era
conhecida pela coragem e disponibilidade com que lutava pela defesa dos
agricultores e da floresta.
Irmã Dorothy Stang, 73 anos,
nascida nos Estados Unidos e naturalizada brasileira, pertencia à Congregação
de Notre Dame. Foi assassinada na manhã de 12 de fevereiro de 2005, com seis
tiros disparados à queima-roupa, nas proximidades de Anapu, na região ocidental
do Pará.
Há mais de 20 anos a religiosa
estava comprometida com a Comissão Pastoral da Terra (CPT), acompanhando com
determinação e paixão a vida dos trabalhadores do campo, especialmente na
região amazónica do Estado do Pará. Devido às suas constantes denúncias contra
acção violenta dos fazendeiros e grileiros, Irmã Dorothy passou a ser ameaçada
de morte a partir de 1999.
Nos encontros e nas
celebrações do aniversário que duraram uma semana – segundo as POM – falou-se
também dos últimos crimes ocorridos no mês de janeiro em Eldorado do Carajás,
com as mesmas motivações que levaram ao assassinato de Ir. Dorothy.
Segundo a CPT, em 2015 o
número de homicídios em consequência dos conflitos nas zonas rurais foi o mais
alto dos últimos 12 anos, com 49 assassinatos registados, principalmente no
Norte do país.
A CPT adverte no entanto, que
os dados são ainda parciais e podem aumentar, visto que ainda estão a ser
recolhidas informações. Em 2003, foram 73 os homicídios por conflitos de terra.
(JE/POM) RV - in VM março p. 6
(275)
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