CHAPADINHA O Reino de Deus e a Igreja : O reino de Deus é a mesma coisa que a Igreja?
CHAPADINHA
sábado, 14 de julho de 2018 in Blogue paroquiadechapadinha.blogspot. com
Para início de conversa, os
evangelistas usam mais de 100 vezes o termo “reino de Deus” e só duas vezes a
expressão “Igreja”. Jesus praticamente só tinha em mente o Reino de Deus. Então
o que é o reino de Deus? Por quem é constituído? Por todos os que praticam o
bem, a verdade, a solidariedade e a justiça e o respeito do outro
Podemos observar que a
humanidade tem oito bilhões de habitantes. No meio desses oito bilhões só um
bilhão somos católicos. De 08 pessoas só uma é da Igreja.
E também entre essas 08
pessoas só uma é protestante. Portanto 02 pessoas entre oito é que “somos” de
Cristo, somos “cristãos”. E os outros seis bilhões? Praticam o bem, temem e
respeitam Deus e o próximo? Sim, sem dúvida. E pode acontecer que essa gente
possa amar mais o próximo e praticar mais a caridade e o amor.
E pode acontecer que muitos da
Igreja e das Igrejas pratiquemos menos do que eles. No caso, eles pertenceriam
ao reino de Deus enquanto que gente da Igreja pertença menos do que eles.
Imaginemos um grande tacho de
arroz. Juntemos o sal. O sal é pouquinho, mas pode ajudar a melhorar o grande
tacho de arroz. Assim teríamos que ser as pessoas da Igreja e das Igrejas:
sendo pouca coisa como o sal mas ajudando a que os outros possam ser melhores.
O arroz já é bom, mas ficaria sendo melhor.
Digamos então: o reino de Deus
é o grande tacho de arroz, ou o grande mundo, “esse mundão de Deus”. E o sal
terá que que ser a Igreja e as Igrejas.
Vale dizer, a Igreja e as
Igrejas não somos o mundo mas estamos dentro do mundo. Quando se diz que o
reino de Deus é maior do que a Igreja queremos dizer isso mesmo. O todo é maior
do que a parte. O todo é o mundo e a Igreja é uma parte. Porquê? Porque tem
muita gente que tem outra fé, e outras teologias e outras maneiras de adorar
Deus, e culturas para se expressarem. A Igreja está nesse mundo como uma parte
para somar.
Hoje em dia esta constatação
tem feito refletir muito a teologia. E admitir a unidade global da salvação.
Tempos atrás a Igreja dizia que “fora da Igreja não tem salvação”. Hoje em dia
a teologia está dizendo: fora da Igreja tem muita salvação”.
Também se dizia que depois da
morte do último apostolo terminou a “revelação”. Agora se sabe que grande parte
dos evangelhos não foi feita por nenhum apóstolo. E a maior parte das Cartas
também não por São Paulo. Por exemplo tem 13 Cartas atribuídas a São
Paulo.
Hoje sabemos que só uma metade
é que são de São Paulo. E nenhuma é de Pedro. E de Tiago. E os evangelhos
seguem o mesmo caminho.
Vejamos: São comprovadamente
de São Paulo: 1 Tessalonicenses, 1 e 2 Coríntios, Gálatas, Filipenses e Romanos
=06. Não são dele: Efésios, Colossenses, 2 Tessalonicenses, 1 e 2 Timóteo, Tito
e Hebreus =07.
E as Cartas de João não são
dele e as Cartas de Pedro não são dele e assim por diante ( Hemut Coester,
Introdução ao N. Testamento,(2) 55).
Os critérios então foram
postos em questão, e em questão ainda estão hoje. Muita coisa está em aberto,
quer nas teologias, quer na revelação.
Na verdade, o Antigo
Testamento tinha uma teologia dos Judeus, a duras provas fabricada. E o Novo
Testamento é a teologia dos primeiros cristãos, ou até muitas teologias, a
duras penas também elaboradas.
Vieram depois várias teologias
durante a Idade Média e que têm sido conservadas e protegidas a duras penas até
nossos dias. E agora? Não fique tão perplexo, porque tem grandes sinais de
muita reflexão em andamento apontando caminhos e rumos para gerações futuras.
Como diz o teólogo Libanio:
“Não se pode prescindir da evolução da dogmática ao longo da história na
compreensão de Jesus” (Linguagens sobre Jesus (2), 56).
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