FOME E TRAFICO DE PESSOAS VATICANO: Papa denuncia «crime vergonhoso» do tráfico de pessoas e pede que se evite o desperdício alimentar
FOME E TRAFICO DE PESSOAS
VATICANO: Papa denuncia «crime vergonhoso» do tráfico de pessoas e
pede que se evite o desperdício alimentar
Jul 29, 2018 - 11:33
Organismo da Santa Sé vai
lançar campanha nas redes sociais para sensibilizar opinião pública contra
escravatura moderna
Cidade do Vaticano, 29 jul 2018 (Ecclesia) – O Papa
associou-se hoje à Jornada Mundial contra o Tráfico de Pessoas, promovida pela
ONU esta segunda-feira, denunciando o que qualificou como “crime vergonhoso”.
“Esta chaga reduz à escravatura muitos homens, mulheres e
crianças, com o objetivo de exploração laboral e sexual, do comércio dos
órgãos, a mendicidade e a delinquências força. Também aqui, em Roma”, disse,
desde a janela do apartamento pontifício, no Vaticano.
Perante milhares de pessoas reunidas na Praça de São Pedro,
para a recitação do ângelus, Francisco advertiu que as rotas migratórias são
muitas vezes utilizadas por “traficantes e exploradores” para recrutar novas
vítimas.
“É responsabilidade de todos denunciar as injustiças e
combater com firmeza este crime vergonhoso”, apelou.
No Vaticano, o Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento
Humano Integral vai promover uma campanha de sensibilização nas redes sociais,
com a hashtag #EndHumanTrafficking.
Escutemos o grito de tantos irmãos explorados pelo tráfico
criminoso: eles não são mercadorias, são pessoas humanas e, como tais, devem
ser considerados.
A campanha denuncia uma “tragédia de proporções
planetárias”, apontando o dedo a uma “indústria” que fatura “150 mil milhões de
dólares em todo o mundo.
“O lucro da escravidão tem de parar agora! Esses corpos não
estão à venda”, assinala a mensagem de lançamento da iniciativa.
O organismo da Santa Sé pede que todos ajudem a
“sensibilizar” a opinião pública sobre “um problema negligenciado”.
Ainda no ângelus, o Papa alertou para o problema da fome e
do desperdício alimentar, partindo do episódio evangélico da “multiplicação dos
pães”.
“Penso nas pessoas que têm e na comida
que desperdiçamos. Que cada um de nós pense: a comida que sobra no almoço, no
jantar, para onde vai? O que se faz na minha casa com as sobras? Deita-se fora?
Não, se costumas fazer isso, dou-te um conselho: fala com os teus avós, que
viveram no pós-guerra”.
Francisco deixou um pedido a todos os presentes na Praça de
São Pedro: “Nunca se deita fora a comida que sobra”.
Na sua reflexão dominical, o Papa sublinhou que os católicos
são chamados a ouvir os “pedidos mais simples das pessoas” e a colocar-se ao
seu lado, para que depois possam ser ouvidos quando falam de “valores superiores”.
“Rezemos à Virgem Maria, para que no mundo prevaleçam os
programas dedicados ao desenvolvimento, à alimentação, à solidariedade, e não
os do ódio, do armamento e da guerra”, concluiu.
Francisco tinha começado por saudar os “corajosos” que se
deslocaram ao Vaticano num dia de sol e calor e despediu-se com os tradicionais
votos de “bom almoço” e “bom domingo”.
OC
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