EVANGELIZAR Evangelizar coração a coração por Armando Soares
EVANGELIZAR
Evangelizar coração a coração por Armando Soares
Uma das formas de evangelizar
– e talvez uma das mais fecundas – embora seja uma pesca à linha, é evangelizar
ou reevangelizar coração a coração, tu a tu, porta a porta. Indo ao tempo de
Jesus, encontramo-lo falando diretamente ao pequeno grupo dos apóstolos ou à
pessoa dos que curava ou a famílias que o convidavam. Para anunciar Jesus é
preciso tê-lo no nosso coração. “O que era desde o princípio, que vimos com os
nossos olhos, o que contemplámos com as nossas mãos acerca do Verbo da vida, é
o que nós vos anunciamos… anunciamos o
que vimos e ouvimos para que estejais em comunhão connosco (1 Jo 1, 1-4).
Assim: os apóstolos olharam
para o doente e, fixando nele os olhos, disseram: “não temos ouro nem prata
mas, em nome de Jesus, levanta-te e anda”; os apóstolos ficavam em casa de
pessoas que os convidavam e aí anunciavam Jesus; Francisco Xavier percorria as
casas das ruas de Goa interpelando para a Boa Nova de Jesus, as crianças de
cada casa; em muitos retiros a Palavra de Deus é dirigida a um grupo fazendo refletir
cada participante; as 162 viagens feitas por mim foram ocasião para falar de
Jesus e da Missão, redundando em preciosos momentos de retiro em interpelações
várias em mais de oitenta países – em paisagens multivariadas, em acampamentos
de índios, na beleza das cataratas – Niagara e Iguaçu -, na imensidão do mar,
nas terras frias da Antártida – na Terra do Fogo, na cidade mais meridional
Ushuaia, contemplando a queda de enormes blocos de gelo; no ambiente recatado
na celebração da Eucaristia, antes do jantar, numa praia de Goa, numa enorme
barraca em frente do Hotel com vento e chuva persistente (em que lembrei ao
grupo a coragem dos descobridores portugueses ao enfrentarem a fúria das
tempestades que assolavam as caravelas ao atravessarem os mares; no recato da
pequena capela, celebrando sobre o túmulo de Francisco Xavier, na igreja do Bom
Jesus, em Goa; numa Sala de Congressos dum Hotel, ou mesmo no quarto Hotel, em
países hostis à religião católica por precaução e para não provocar – sem
cânticos e em surdina; na igreja da Sagrada Família, no Cairo, aproveitando um
pequeno espaço junto da parede, numa terrível pobreza, mas com autorização da
jovem funcionária (uma vez estava o chefe barbudo e foi intransigente não
permitindo a celebração); Charles de Foucauld vai para o meio dos tuaregues e
evangeliza pelo testemunho; Teresa de Calcutá evangeliza pelo serviço aos mais
pobres e moribundos que acolhe com amor; as Redes Sociais atingem diretamente a
mensagem que, cada um pode ler quantas vezes quiser, pois dirigida pessoalmente
a si; na imprensa por assinatura em que a pessoa pode ler quantas vezes quiser
a mensagem escrita. De muitas e muitas formas se pode evangelizar. Basta ter
uma grande paixão por Jesus, para sentir necessidade imperiosa de o comunicar
aos outros por contágio, ou porta a porta, no trabalho ou na pastelaria; como
Giorgio La Pira, que foi Presidente da Câmara de Florença, e que foi um grande
apóstolo da Paz entre Moscovo e Washington, apoiado numa vida de oração
intensa, com participação na missa diária.
Porta a porta ou pessoa a
pessoa, coração a coração são grandes meios de evangelizar num mundo em que ser
moderno é optar pela secularização e pela destruição de todas as religiões.
Apaixona-te por Jesus. Segue as linhas de orientação do Congresso da Aparecida.
Não tenhas medo de ser discípulo de Jesus.
Comentários
Enviar um comentário