GRÉCIA Incêndios na Grécia. O que correu mal
GRÉCIA
Incêndios na Grécia. O que
correu mal
25/7/2018, 9:16
Condições climatéricas, fogo
posto, resposta das autoridades e falta de prevenção estão a ser investigadas
pelo procurador no supremo tribunal grego como principais causas para os
incêndios.
Estes são os piores incêndios
na Grécia nos últimos 10 anos
AFP/Getty Images
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Para o procurador no supremo
tribunal de justiça grego Xeni Dimitriou, como revela o jornal helénico Ekathimerini, o culpado pode ser o
Estado. Depois de indícios de que as autoridades gregas foram lentas a
responder ao apelo dos cidadãos afetados e da falta de planos de emergência
para este cenário, o procurador grego começou uma investigação para apurar as
causas deste incêndio que já fez pelo menos 80 mortos, dezenas
de feridos e muitos ainda desaparecidos.
Até agora, além do número de
mortos que continua a subir, mais de 1500 casas foram destruídas por estes
incêndios. Ao todo, 2100 hectares de floresta arderam. Veja aquelas que estão a
ser apontadas como principais causas.
Condições Climatéricas
É o ano mais quente registado
na Grécia. Depois de um inverno particularmente seco que a Grécia atravessou,
como noticia o The Guardian, as atuais temperaturas de 40 graus em algumas
partes do país e os fortes ventos registados no momento dos incêndios levaram à
rápida propagação das chamas.
Mas para já, Nikos Charalambides,
responsável pela associação Greenpeace Grécia, afirma que é “precipitado”
dizer que as “alterações climáticas e falhas na prevenção de combate às chamas”
são a causa deste desastre.
Resposta das autoridades
700 pessoas correram em
direção às praias e entraram na água para escapar às chamas. Mesmo com equipas
da proteção civil grega a montarem postos de entrega de comida e auxílio em
Mati, Rafina e Kineta esta terça-feira, sobreviventes e munícipes afirmam que a
resposta não foi célere e que foi desorganizada.
Fogo posto
Esta é uma das razões
apontadas pelo executivo de Tsipras. A existência de 15 focos de fogos a
começarem em simultâneo aponta para uma causa difícil de controlar, fogo posto.
Um porta-voz do governo grego
deu como exemplo que estes focos de incêndios surgiram em três frentes
distintas em Ática, o que levou o país a pedir aos Estados Unidos um drone para
averiguar toda “a atividade suspeita”, como noticia o El País. Esta suspeita é sustentada
pela especulação imobiliária, pelo desejo de construir em zonas florestas ou de
criar parques eólicos nas zonas afetadas.
Apesar de o primeiro-ministro
grego, Alexis Tsipras, ter dito esta terça-feira que “os porquês” devem ser
investigados “quando for a altura certa”, com a oposição a afirmar o
mesmo, a responsabilidade pode – também — estar na falta de prevenção. Em 2009,
o governo de Kostas Karamanlís teve o que seria o início da queda dessa
executivo devido à fraca resposta das autoridades pelaaos incêndios florestais
desse ano .
Como noticia o El Pais, em fevereiro de 2017 quatro mil
bombeiros cessaram os contratos que tinham com o Estado grego. Depois de o
governo pedir uma votação no parlamento, apenas metade destes bombeiros tiveram
os contratos renovados.
Vários meios noticiosos e
municípios afirmam ainda que as autoridades não tinham um plano de emergência
para uma situação como a que ocorreu. Esta causa aliada à falta de um plano
nacional de organização florestal poderá ter contribuído para o elevado número
de mortes.
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