LISBOA D. José Tolentino Mendonça foi ordenado bispo
LISBOA
D. José Tolentino Mendonça foi ordenado
bispo (c/fotos)
Jul 28, 2018 - 17:16
Cardeal-patriarca presidiu à celebração, destacando sensibilidade e
capacidade de diálogo do novo arquivista e bibliotecário da Santa Sé
Foto: Arlindo Homem |
Lisboa, 28 jul 2018 (Ecclesia) – O novo arquivista e bibliotecário da Santa
Sé, D. José Tolentino de Mendonça, foi hoje ordenado bispo no Mosteiro dos
Jerónimos.
A celebração foi presidida pelo cardeal-patriarca de Lisboa, D. Manuel
Clemente, e teve como bispos co-ordenantes o cardeal D. António Marto, bispo de
Leiria-Fátima, e D. Teodoro de Faria, bispo emérito do Funchal.
Antes da ordenação, foi proclamado publicamente o mandato apostólico, do
Papa, por um responsável da Nunciatura Apostólica (embaixada da Santa Sé em
Portugal).
Francisco explica que confia ao arcebispo madeirense um serviço numa
instituição de “grande relevância”, que acolhe investigadores de todas as
partes do mundo.
O documento destaca o cuidado que a Igreja Católica presta ao “repositório
dos documentos antigos e aos tesouros da cultura humana”, que exigia, na
escolha pontifícia, uma pessoa “exímia” para “zelar pelos escritos e
testemunhos que os tempos legaram”.
O Papa elogia as provadas dadas por D. José Tolentino Mendonça “no que toca
à excelência de notáveis virtudes de inteligência e de espírito”.
Na sua homilia, o cardeal-patriarca sublinhou a felicidade de todos os
presentes pela escolha de D. José Tolentino Mendonça para assumir a
responsabilidade por um “património único de memória criativa”, no Vaticano.
D. Manuel Clemente destacou a “inteligência e sensibilidade” do novo
arquivista e bibliotecário da Santa Sé, e elogiou a “fecunda escrita” do novo
bispo, que propõe uma “pedagogia do olhar”.
Neste contexto, destacou o “modo de ver” de Jesus, marcado pela
“profundidade”, um olhar que se fixa em quem se aproxima.
“Apenas vale o que nos faz viver, a nós e aos outros”, assinalou o
cardeal-patriarca.
Para D. Manuel Clemente, o bispo deve ser alguém capaz de um “olhar
cuidadoso e vígil”, promovendo o amor a Deus e ao próximo.
“As grandes necessidades
resolvem-se do pouco para o muito, quando a disponibilidade é total e
concreta”.
O novo bispo recebeu, simbolicamente, os livros dos Evangelhos, a mitra e o
báculo, como sinal da sua missão de pastor.
A assembleia conta com a presença de autoridades religiosas, políticas,
académicas e militares, incluindo o presidente da República Portuguesa, Marcelo
Rebelo de Sousa, além de figuras do mundo da cultura.
O Papa Francisco nomeou, a 26 de junho, o sacerdote madeirense como
arquivista do Arquivo Secreto do Vaticano e bibliotecário da Biblioteca
Apostólica, elevando-o à dignidade de arcebispo.
O início das novas funções de D. José Tolentino de Mendonça está marcado
para o dia 1 de setembro.
O até agora vice-reitor da Universidade Católica Portuguesa orientou este
ano o retiro de Quaresma do Papa Francisco e seus mais diretos colaboradores,
entre 18 e 23 de fevereiro em Ariccia, localidade nos arredores de Roma.
D. José Tolentino Mendonça nasceu em Machico (Arquipélago da Madeira) em
1965 e foi ordenado padre em 1990; é doutorado em Teologia Bíblica.
Biblista, investigador, poeta e ensaísta, Tolentino Mendonça foi
condecorado com o grau de Comendador da Ordem de Sant’lago da Espada por Aníbal
Cavaco Silva, presidente da República, em 2015.
O responsável português sucede no cargo de arquivista do Arquivo Secreto do
Vaticano e bibliotecário da Biblioteca Apostólica o arcebispo Jean-Louis
Bruguès. Ecclesia
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