COREIA DO NORTE/execuçãodiplomatas Kim Jong-un executa diplomatas. Culpa-os pelo falhanço de cimeira com Trump
COREIA DO
NORTE/execuçãodiplomatas
Kim Jong-un executa diplomatas. Culpa-os pelo falhanço de cimeira com
Trump
31 Maio, 2019 • 09:59
Entre os executados está
Kim Hyok-Chol, o antigo embaixador da Coreia do Norte em Espanha, que autorizou
a TSF a visitar o país em 2016. O diplomata deu várias entrevistas à TSF, a
ultima em plena crise dos mísseis em 2017.
Donald Trump e Kim Jong-un |
Por
A informação é avançada pelo
jornal sul coreano Chosun Ilbo, sempre bem informado com o que se passa a
Norte. Depois da cimeira do Vietname, em fevereiro, o líder da Coreia do Norte
ordenou a execução de um diplomata e 4 outros funcionários do ministério dos
negócios estrangeiros responsáveis pelas negociações com os Estados Unidos.
Kim Hyok-Chol que foi expulso
de Espanha em 2017, em plena crise dos mísseis, era atualmente o enviado
especial de Pyongyang aos Estados Unidos. Ele e os outros funcionários
encarregues dos trabalhos de preparação da cimeira e das negociações com
Washington foram mortos numa grande purga em março.
Kim Chyok Chol, antigo embaixador da Coreia do Norte em Espanha Foto:© Reuters |
O jornal adianta que as
execuções foram ordenadas para desviar a atenção da agitação interna e do descontentamento,
com um relatório da ONU que denunciou o facto de a população do país viver num
ciclo vicioso de privação, corrupção e repressão. Kim Hyok Chol e os colegas
terão sido acusados de espionagem para os EUA.
Aparentemente ninguém escapou
à "justiça" de Kim Jong-un. Um outro alto funcionário, Kim Yong Chol,
responsável pelas conversas com o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo,
foi enviado para um campo de trabalhos forçados e submetido a educação
ideológica. Também a interprete na cimeira, Shin Hye Yong, foi punida por
supostamente ter questionado a autoridade do líder e por ter cometido um erro
de interpretação.
A própria irmã de Kim Jong-un
não terá escapado à fúria do líder. Kim Yo Jong, que também esteve no Vietname,
está a ser forçada a manter-se à margem da vida politica. Considerada o braço
direito do irmão, Jong, terá perdido a confiança do dirigente.
As
noticias sobre esta nova onda de repressão surgem numa altura em que o único
jornal da Coreia do Norte publicou um editorial em que avisa para os castigos a
que serão submetidos os que apenas memorizam palavras de lealdade para com Kim
Jong-un mas depois sonham com outras realidades.
"Esse
é um ato contra o partido e antirrevolucionário que ignora a fidelidade moral
para com o líder. As pessoas responsáveis não vão conseguir fugir a um severo
julgamento da revolução. Há traidores e vira-casacas que só memorizam palavras
de lealdade mas depois mudam de acordo com a tendência da época,"escreve o
Rodong Sinmum.
De
recordar que Kim Hyok-Chol o diplomata executado em março foi o responsável
pela autorização para que a TSF pudesse entrar na Coreia do Norte em 2016. O
antigo embaixador em Espanha sempre se mostrou disponível para prestar
esclarecimentos quando isso lhe foi solicitado. Apesar de ser o representante
de um regime repressivo, Kim Hyok-Chol deu duas entrevistas à TSF, a ultima das
quais em 2017 depois da Coreia do Norte ter realizado o maior teste nuclear.
Foram duas entrevistas sem qualquer restrição imposta previamente.
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