SRI LANKA/violênciaminoria Cardeal católico e líder budista apelam ao fim da violência contra a minoria muçulmana no país
SRI LANKA/violênciaminoria
Cardeal católico e
líder budista apelam ao fim da violência contra a minoria muçulmana no país
Mai 17, 2019 - 15:45
Em causa estão as
represálias desencadeadas depois dos atentados da Páscoa, reivindicados pelo
Estado Islâmico
Foto: O cardeal o cardeal Malcolm Ranjith com o monge Ittapane Dhammalankar, num apelo ao fim da violência no Sri Lanka, Vatican Media |
Numa mensagem veiculada hoje pelo portal Vatican News, o cardeal Malcolm Ranjith, arcebispo de Colombo, e o monge Ittapane Dhammalankara, reforçam o apelo à calma, feito a seguir aos ataques de abril, e pedem para que “não se faça justiça pelas próprias mãos”.
A seguir aos ataques
que aconteceram durante a Semana Santa, e que causaram a morte a mais de 250
pessoas, o Sri Lanka entrou numa “espiral de violência contra a minoria
muçulmana presente no país”.
Um contexto que levou
mesmo as autoridades nacionais a decretarem uma medida de recolhimento
obrigatório.
Nas últimas semanas,
um homem muçulmano de 45 anos foi assassinado por uma multidão em fúria e
várias mesquitas foram destruídas ou vandalizadas.
A onda de tumultos
atingiu também inúmeras lojas, casas e carros, que foram atacados e
incendiados.
O cardeal católico e
o responsável budista esperam com este apelo conjunto “tranquilizar” a
comunidade muçulmana e prevenir mais represálias.
D. Malcolm Ranjith,
arcebispo de Colombo, realçou que “a situação está agora sob controlo”, e
mostrou-se convicto de que os tumultos se trataram “apenas de incidentes
isolados”.
“Fiz um apelo aos
católicos para que sigam o exemplo de Jesus Cristo, que na Cruz perdoou os que
o tinham crucificado”, disse ainda aquele responsável.
O Sri Lanka, que
conta com cerca de 22 milhões de habitantes, é em termos religiosos uma nação
de maioria budista, onde a comunidade muçulmana não ultrapassa os 10 por cento
e os cristãos representam cerca de 7 por cento da população.
Para o cardeal
Malcolm Ranjith, por trás dos desenvolvimentos pós-atentado poderão estar
também razões políticas.
“Este é o ano de
eleições e, por interesse político, começaram a incitar as pessoas,
colocando-as umas contra as outras, preparando a arena para a luta política.
Isso não é bom e condenamos essas tentativas de explorar para os próprios fins
o que aconteceu no domingo de Páscoa”, sustentou.
Sobre a situação da
comunidade católica no Sri Lanka, o arcebispo de Colombo refere que
a vida das paróquias tem estado gradualmente a retornar à normalidade.
“Começamos a celebrar
as missas dominicais, ainda que os fiéis compareçam em menor número do que
antes. Pedi aos párocos para que gradualmente aumentem o número de celebrações
caso a situação permaneça calma e não houver problemas. Mas as pessoas, com
grande entusiasmo, começam a retornar às igrejas”, assinalou. JCP|Ecclesia
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