CHINA perseguição aumenta
CHINA perseguição aumenta
Sacerdote alerta «situação da Igreja perseguida piorou», após o acordo
entre a Santa Sé e Governo de Pequim
Jun 3, 2020 - 16:42
«Igreja
perseguida sente-se, em certo sentido, cada vez mais sozinha», refere mensagem enviada
à fundação Ajuda à Igreja que Sofre
O secretariado português da
Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) informa que a “situação da Igreja
perseguida veio a piorar ao longo destes 20 meses de Acordo Provisório”
assinado entre a Santa Sé e o Governo chinês.
“O Governo aproveitou este
acordo para enganar os membros do clero, tanto bispos como presbíteros, para
que acreditem que não faz sentido estar fora da igreja patriótica, isto é, que
fazer parte dela é a única solução”, escreveu um sacerdote, da chamada Igreja
Clandestina, cuja identidade é mantida sob anonimato por motivos de segurança.
Numa mensagem enviada à AIS, o
padre chinês adianta que os membros do Clero que “não querem fazer parte da
igreja estatal são mais perseguidos, de várias formas”.
Em setembro de 2018, Pequim e
a Santa Sé assinaram um acordo provisório sobre a nomeação
dos bispos católicos, marcando uma nova etapa nas relações bilaterais.
“Enquanto houver mundo sempre
haverá perseguições, ou seja, a Igreja perseguida existirá até ao fim dos
tempos; A situação atual é difícil e não será fácil melhorar enquanto não
tivermos uma consciência clara da nossa identidade”, assinalou o sacerdote da
Igreja clandestina.
“Lamentavelmente, bastantes
membros do clero, por diversos motivos, estão a passar para a igreja estatal.
Esta é uma realidade triste e dolorosa. A Igreja perseguida sente-se, em certo
sentido, cada vez mais sozinha, porque não vê o apoio de que realmente
necessita”, desenvolveu, numa mensagem divulgada pelo secretariado português da Fundação
Ajuda à Igreja que Sofre.
No seu último relatório sobre a perseguição aos cristãos no mundo, publicado
em 2019 a AIS deu conta que “o clero cristão continua sujeito a detenções
arbitrárias e os regulamentos de construção são cada vez mais usados como
pretexto para a demolição de igrejas”.
Recentemente, a 24 de maio, o
Papa Francisco enviou uma mensagem e bênção especial aos
católicos da China no dia em que celebraram a festa de Maria Auxiliadora, sua
padroeira, particularmente venerada no Santuário de Nossa Senhora de Sheshan,
perto de Xangai; E o vídeo com as intenções do Papa para o mês de março convidou à oração pelos católicos da China.
Em fevereiro, o secretário das
Relações com os Estados da Santa Sé, monsenhor Paul Richard Gallagher – reuniu-se com o conselheiro de Estado e ministro
das Relações Externas da República Popular Chinesa, Wang Yi, e apontaram o
diálogo para favorecer as duas partes, num “encontro oficial” que não acontecia
há 70 anos.
CB/OC
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