SÍRIA perseguição

SÍRIA perseguição

Jihadistas estão a confiscar casas de cristãos, denuncia religiosa portuguesa

Por Fundação AIS

Foto: AIS
 "Estão a impor-lhes a taxa, a jizya, para os obrigar a sair, a deixar as suas propriedades e a fugir para a região controlada pelo governo… para [assim] terem poder sobre toda [a região].” A Irmã Maria Lúcia Ferreira explica, em mensagem enviada para Lisboa, para a Fundação AIS, o que tem vindo a acontecer na região de Idleb, considerado como o último grande bastião ainda por controlar pelo regime de Damasco.

Segundo a religiosa portuguesa, esta situação foi divulgada já no passado mês de Abril pelo Observatório Sírio dos Direitos Humanos e merece toda a credibilidade. “Acho muito plausível”, acrescenta a religiosa portuguesa, que grupos jihadistas estejam “a confiscar as propriedades pertencentes aos cristãos de Idleb”.

A irmã, que pertence à Congregação das Monjas da Unidade de Antioquia e que vive no Mosteiro de São Tiago Mutilado, em Qara, diz que os grupos jihadistas que ainda controlam parte da região de Idleb estão também a aumentar “as rendas das casas e das lojas, dizendo [aos cristãos] que estão no direito de as confiscar se quiserem, pois estão na sua terra”.

Para a Irmã Myri – como é normalmente conhecida a Irmã Maria Lúcia – “estas e outras situações, o medo, por exemplo, estão na origem da imensa diáspora dos cristãos do Oriente”.

De facto, as ameaças que continuam a fazer-se sentir sobre as comunidades cristãs nos territórios ainda ocupados por grupos jihadistas, assim como as dificuldades económicas que se sentem em toda a Síria, são poderosos incentivos para a emigração. “Para estes cristãos tão resistentes, o drama é certamente ter de deixar a terra de seus pais, todas as raízes, tudo para trás… e é qualquer coisa que rasga a alma completamente de cima abaixo”, diz a Irmã Myri referindo que há “toda uma identidade perdida” nos que abandonam o país à procura de melhores condições de vida.

Essa diáspora representa, afirma ainda a religiosa portuguesa, “uma coisa realmente muito triste”, pois “as famílias estão todo o lado, no Canadá, na Austrália, na Europa, na Alemanha… Há famílias que estão completamente divididas, uma em cada país, e é qualquer coisa realmente muito triste e isto passa-se por toda a Síria e também no Líbano”.


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