POBRES: IV dia mundial dos pobres
POBRES: IV dia mundial dos pobres
Mensagem: “Estende a tua mão ao pobre”
Ninguém se improvisa
instrumento de misericórdia, afirma o Papa na Mensagem para o IV Dia Mundial
dos Pobres, a celebrar em 15 de novembro. Requer-se um treino diário e o povo
de Deus deve estar na vanguarda para ouvir e atender este clamor.
Por Vatican News Bianca Fraccalvieri – Cidade do Vaticano
14 Junho, 2020
«Estende a tua mão ao pobre»: a sabedoria de Ben-Sirá (Ec 7, 32) inspirou a mensagem do Papa Francisco para o IV Dia Mundial dos Pobres, que será celebrado em 15 de novembro.
A mensagem recorda um dos princípios do cristianismo: a oração a Deus e a solidariedade para com os pobres e os enfermos são inseparáveis.
“O tempo que se deve dedicar à oração jamais pode tornar-se um álibi para descuidar do próximo em dificuldade”, escreve o Papa. Pelo contrário: “a bênção do Senhor desce sobre nós e a oração alcança o seu objetivo quando são acompanhadas pelo serviço dos pobres”.
Não se trata de uma opção condicionada ao tempo disponível ou a interesses pessoais, mas do encontro com uma pessoa em condições de pobreza, que não cessa de nos provocar e questionar.
“NÃO PODEMOS SENTIR-NOS TRANQUILOS, QUANDO UM MEMBRO DA FAMÍLIA
HUMANA É RELEGADO PARA A RETAGUARDA, REDUZINDO-SE A UMA SOMBRA. O CLAMOR
SILENCIOSO DE TANTOS POBRES DEVE ENCONTRAR O POVO DE DEUS NA VANGUARDA.”
A Igreja não tem soluções
globais a propor, diz ainda o Papa, mas oferece o seu testemunho e gestos de
partilha.
Quantas mãos estendidas: ladainha de obras de bem
Nestes meses, em que o mundo
inteiro foi dominado por um vírus que trouxe dor e morte, pudemos ver tantas
mãos estendidas! A mão estendida do médico, do enfermeiro, do farmacêutico, do
sacerdote… “E poderíamos enumerar ainda outras mãos estendidas, até compor uma
ladainha de obras de bem. Todas estas mãos desafiaram o contágio e o medo, a
fim de dar apoio e consolação.”
Fazer o bem não é algo improvisado, adverte Francisco. “Não nos improvisamos instrumentos de misericórdia. Requer-se um treino diário.”
E neste período amadureceu em nós a exigência de uma nova fraternidade. “As graves crises econômicas, financeiras e políticas não cessarão enquanto permitirmos que permaneça em letargo a responsabilidade que cada um deve sentir para com o próximo e toda a pessoa.”
Responsabilidade: o objetivo é o amor!
«Estende a mão ao pobre» é,
pois, um convite à responsabilidade. Não se trata de uma exortação facultativa,
mas de uma condição da autenticidade da fé que professamos.
Enquanto alguns estendem a mão, outros a conservam nos bolsos e não se deixam comover pela pobreza. A indiferença e o cinismo são o seu alimento diário. E aqui o Pontífice não usa meias palavras para condenar quem usa as mãos para especular, acumular dinheiro com a venda de armas, quem troca favores ilegais para um lucro fácil e corrupto.
“NÃO PODEREMOS SER FELIZES ENQUANTO ESTAS MÃOS QUE SEMEIAM MORTE NÃO
FOREM TRANSFORMADAS EM INSTRUMENTOS DE JUSTIÇA E PAZ PARA O MUNDO INTEIRO.”
O objetivo de cada ação
humana, recorda por fim o Papa, só pode ser o amor: tal é o objetivo para onde
caminhamos, e nada deve distrair-nos dele.
Este amor é partilha, dedicação e serviço: “Possa então a mão estendida enriquecer-se sempre com o sorriso de quem não faz pesar a sua presença nem a ajuda que presta, mas alegra-se apenas em viver o estilo dos discípulos de Cristo”.
Os pobres estão e sempre estarão conosco
O Dia Mundial dos Pobres foi
instituído pelo Papa Francisco em 2016, na conclusão do Jubileu da
Misericórdia. A data é celebrada no penúltimo domingo do ano litúrgico.
A proposta da data é recordar aos fiéis esta “realidade fundamental para a vida da Igreja, porque os pobres estão e sempre estarão conosco (cf. Jo 12, 8) para nos ajudar a acolher a companhia de Cristo na existência do dia a dia”.
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