TUNÍSIA migrantes Tragédia de migrantes no Mediterrâneo
TUNÍSIA migrantes
Tragédia de migrantes no
Mediterrâneo
Por Andrea De Angelis – Vatican News
12 Junho, 2020
O
número de mortos no naufrágio ao largo da Tunísia subiu para 53 entre os quais
25 mulheres e 3 crianças, e procura-se eventuais desaparecidos. Os apelos
multiplicam-se, tendo em vista o verão, para evitar que o Mediterrâneo se torne
novamente um cemitério. As travessias de migrantes da Tunísia para a Itália já
aumentaram 156% em relação ao ano passado.
AdicionaD.R. (Foto de arquivo)r legenda |
Mães, com seus filhos. São a grande maioria dos migrantes que morreram no naufrágio ao largo da Tunísia. Seus cadáveres – 53 por enquanto, mas procura-se outros desaparecidos – foram recuperados pela Marinha da Tunísia logo depois do naufrágio. Uma tragédia do mar que chega no início do verão, período em que geralmente se multiplicam as saídas para a Europa. Estes migrantes tinham como meta o velho continente e todos eram provenientes da África Subsaariana. Entre as vítimas 25 são mulheres, das quais uma grávida, e três crianças.
Organização Internacional das
Migrações
Por causa da constante diminuição da possibilidade
de realizar salvamentos no mar – ressalta a Organização Internacional das
Migrações – o risco de outras vítimas aumenta considerando também a
situação econômica global e o impacto do coronavírus”. “Salvar vidas humanas –
reitera a OIM – continua sendo a prioridade absoluta”. “Pelo menos 269
migrantes morreram ou desapareceram no Mediterrâneo em 2020, enquanto outros
20,5 mil conseguiram concluir a travessia entre o norte da África e o sul da
Europa.
Para os Médicos
Sem Fronteiras a única rota de fuga para as 1.500 pessoas presas nos
centros de detenção líbios é o mar, enquanto que Save
the Children pede à União Europeia que ative, o quanto antes, um
mecanismo coordenado de resgate e proteção, criando rotas de acesso legal e
seguro a partir de áreas de crise ou de trânsito. “Devemos assegurar que a
proteção da vida humana – diz Raffaela Milano em nossa entrevista – esteja no
centro das preocupações e escolhas dos governos”. Isto significa, antes de mais
nada, considerar que a Líbia não é um porto seguro”.
No barco, o triplo da
capacidade
As autoridades tunisinas encaminharam uma
investigação para esclarecer a dinâmica do naufrágio. Foi estabelecido que a
embarcação tinha capacidade para apenas 20 pessoas. Entre as vítimas, foi
recuperado também o corpo de um tunisino de 48 anos que provavelmente estava no
leme do barco no momento da tragédia.
As cidades do sul da Tunísia são os principais
pontos de partida dos migrantes, principalmente dos países subsaarianos. Eles
fogem da pobreza e dos conflitos e muitas vezes após experiências dramáticas em
centros de detenção na Líbia.
De acordo com dados do Alto Comissariado das Nações
Unidas para Refugiados, de janeiro até hoje as partidas da Tunísia para a
Itália aumentaram 156% e o temor é de que possam aumentar significativamente
durante o verão. Essas recorrentes tragédias tornaram o mar, berço da
civilização ocidental, em um cemitério de migrantes e refugiados.
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