Índia Agressão de radicais hinduístas contra universidade jesuíta

Director detido e estudantes feridos
Um ataque de hinduístas radicais contra um centro universitário jesuíta em Bangalore, na Índia, espalhou o terror e deixou estudantes feridos. A agressão foi cometida por mais de cem membros de grupos extremistas hostis aos cristãos e especialmente às suas instituições educativas. As consequências poderiam ter sido muito mais graves, de acordo com a agência Fides.
Nesta segunda-feira, a multidão de extremistas, pertencentes aos grupos radicais Vishwa Hindu Parishad, Bajrang Dal, Rastra Sakthi Sene e Karnataka Rakshana Vedike, irrompeu no campus com o pretexto de que a bandeira nacional indiana não tinha sido hasteada no dia anterior, Festa da República na Índia.
O director do instituto, Pe. Melwin Mendonça, SJ, contou que jesuítas e estudantes viveram horas de grande temor, particularmente por causa da suposta cumplicidade das instituições civis e das forças de segurança. No grupo de agressores, por exemplo, havia membros do conselho administrativo da cidade. Quando os jesuítas chamaram a polícia, “o inspector e os agentes limitaram-se a ficar olhando a violência, permitindo que os distúrbios no campus se prolongassem durante mais duas horas”, denuncia o director.
O pe. Melwin Mendonça não foi autorizado a fazer nenhuma declaração aos invasores. A multidão gritava pedindo a sua detenção. O jesuíta, para tentar acalmar a situação, consentiu em ser detido, mesmo sem nenhum tipo de acusação. Em lugar de ser levado de carro, os agentes o obrigaram a percorrer a pé o caminho até a delegacia de polícia. Os extremistas continuavam gritando contra as minorias cristãs e contra o director. Alguns estudantes do campus, que intervieram para proteger o director, foram agredidos e machucados.
O director ficou retido pela polícia sem nenhum motivo desde o meio-dia até as nove horas da noite. Quando o libertaram, a polícia não quis registar a denúncia por agressão pessoal, pela invasão do campus ou pela violência física sofrida pelos estudantes.
O pe. Melwin comentou à Fides: “A bandeira que não foi hasteada era só uma desculpa. Os grupos radicais hinduístas visitaram o nosso instituto oito vezes neste último ano académico. Eles queriam que os nossos estudantes aderissem aos seus movimentos. Alguns líderes hinduístas afirmam que o instituto deveria ser fechado, que não deveriam mais conceder autorização para os cristãos abrirem instituições educativas, porque, na opinião deles, nós destruímos a cultura da Índia. Temos muitos casos parecidos em Karnataka, onde os cristãos são perseguidos”.
O Instituto Universitário São José de Anekal existe há mais de quarenta anos. Tem 378 estudantes, 200 dos quais são dalit(intocáveis), ou seja, os membros excluídos da sociedade hinduísta tradicional. Outros 60 pertencem a grupos indígenas. ZENIT 03.02.2012

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