ARGENTINA Batalha vitoriosa numa “guerra religiosa” que não terminou
ARGENTINA
Posted: 27
Aug 2018 01:30 AM PDT
Duas multidões pro e contra se enfrentam com slogans e
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A recusa do aborto pelo Senado argentino revelou a dimensão de um dos maiores conflitos religiosos de nossa época
“Sou católica apostólica romana, e não me envergonho disso” — explicou Cristina
Fiore Viñuales, senadora da Província de Salta, na Argentina, para encerrar sua
douta justificação técnica para a recusa ao projeto de aborto, no dia 8 de
agosto último. Adolfo Rodríguez Saá, senador pela Província de São Luís, foi
também enfático:
“Ouvi durante o debate uma permanente
condenação à Igreja Católica; e os que pensamos como católicos não somos
respeitados. [...] Eu vim aqui defender minhas convicções de católico
apostólico e romano”.
Não
foram estes os únicos.
A
mesma queixa era frequente até mesmo em partidos políticos conflitantes entre
si, e a voz das ruas não cessava de repetir: “Dizem que não temos direito a falar porque somos católicos”.
Católicos e abortistas se enfrentam nas ruas
Num ambiente que evocava a revolta de Maio de 68 na França, as fanáticas abortistas portavam um pano verde no pescoço.
Elas
se aglomeravam ao lado de agitadores ostentando bandeiras vermelhas com a foice
e o martelo, além de piqueteiros extremistas e grupelhos de
ultraesquerda.
Todos
eles empenhados em cobrir de injúrias o sentimento católico do povo
argentino.
Chegaram
a encenar um sabbat de bruxas em praça pública, para enviar
suas maldições ao presidente Macri, à “burguesia”, ao FMI e ao capitalismo em
geral. Baixíssimos recursos da esquerda radical, numa acirrada
confrontação religiosa – é como se pode definir tais manifestações a favor do
projeto de aborto, cujo resultado seria a extinção da vida de incontáveis
argentinos inocentes, custeadas pelo dinheiro do Estado.
A
maioria da população argentina é católica e contrária a esse crime, que viola
um dos mais sacrossantos Mandamentos da Lei de Deus: Não matarás.
Porém
a mais eficiente e mais desconcertante contribuição em favor do aborto não
provinha dos exaltados de sempre, anticatólicos promotores da matança dos
inocentes, e sim dos microfones de igrejas e catedrais. Como que ecoando
alguma ordem vinda de Roma, esses porta-vozes religiosos mandaram silenciar a
doutrina católica que proíbe a matança dos inocentes.
Mais ainda. Durante uma maciça manifestação contra o aborto ao longo das grandes avenidas centrais de Buenos Aires, dois sacerdotes confidenciaram a velhos amigos a norma baixada pela Conferência Episcopal: o clero não deveria participar da campanha antiabortista, ir às manifestações, rezar publicamente ou abençoar.
Mais ainda. Durante uma maciça manifestação contra o aborto ao longo das grandes avenidas centrais de Buenos Aires, dois sacerdotes confidenciaram a velhos amigos a norma baixada pela Conferência Episcopal: o clero não deveria participar da campanha antiabortista, ir às manifestações, rezar publicamente ou abençoar.
Missa pela vida no santuário da padroeira
da Argentina, Nossa Senhora de Luján.
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E
assim os religiosos, enviados por Jesus Cristo para pregar o Evangelho, teriam
de se calar para abafá-lo, enquanto dialogam com os seus piores inimigos!
Tal norma é sem dúvida um reflexo da mudança de paradigma, hoje presente na
Santa Sé.
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Apesar de abandonados no auge da tempestade, cerca de dois milhões de católicos argentinos se manifestaram naquele dia em mais de duzentas cidades do País! A situação interna do catolicismo argentino estava ficando insustentável, e foi agravada ainda mais após o Papa Francisco nomear para a Arquidiocese de La Plata, capital da Província de Buenos Aires, Dom Víctor Manuel Fernandez, considerado o ghost writer de documentos-chaves de seu pontificado, como a Amoris laetitia.
Rodeado
pelos fiéis que enchiam a sua catedral, bradando “Pela vida, aborto não!”, ele
acabaria se recusando a comemorar o NÃO ao aborto, escandalizando assim os
fiéis católicos na sua arquidiocese, no país e no mundo! Seu procedimento
só não foi mais doloroso, e em distonia com os fiéis, porque ainda mais
assombroso foi o silêncio do Papa Francisco sobre essa estrepitosa vitória da moral
e da religião católica.
Sobretudo
por ser a Argentina o país onde ele nasceu! Sites católicos brasileiros
também se manifestaram espantados com a incompreensível e persistente omissão
do Pontífice argentino diante do massacre dos inocentes. Sentindo que se
descolavam do povo, os bispos resolveram fazer uma mudança de 180º.
Começaram
a criticar o aborto, e até chegaram a convocar passeatas de protesto em
homilias e atos oficiais. Pressionados
pela exigência dos leigos, convocaram uma grande missa campal no santuário
nacional da Padroeira da Argentina, Nossa Senhora de Luján, que congregou por
volta de 40 mil pessoas sob a chuva e o frio.
Quando aumentavam as blasfêmias abortistas-comunistas,
do lado pro vida subia um terço feito de balões
do lado pro vida subia um terço feito de balões
O
cardeal Mario Aurelio Poli, Arcebispo de Buenos Aires, agendou uma missa na
catedral para a hora em que a matéria estivesse sendo votada no Senado.
Repercussões da derrota abortista
A vitória católica foi partilhada por grande número de militantes pró-vida no mundo.
Youtube e
grandes órgãos de imprensa internacional – como “Il Corriere della
Sera”, de Milão, e “El País”, de Madri –
retransmitiram online o prolongado debate de 16 horas no Senado.
Na
Itália, por exemplo, os assistentes enchiam as colunas com comentários críticos
aos senadores abortistas, juntamente com numerosas orações e
jaculatórias.
Mas
os senadores amigos de todas as esquerdas desconheciam o clamor popular e
revidavam com ataques e ameaças ao catolicismo, inclusive pessoais, contra os
colegas que não votassem a favor do projeto anticristão.
É
difícil medir, mas fácil compreender, a frustração das esquerdas leigas ou
religiosas com a recusa plena desse projeto.
Abortistas,
comunistas e piqueteiros peronistas protagonizaram nas ruas, em torno do
Congresso, badernas próprias do derrotado que não sabe perder, as quais foram
logo dissolvidas pela polícia.
Atitude
análoga foi assumida por grandes jornais, que vituperam as fake news das redes
sociais apenas quando elas não servem às esquerdas.
O
grande quotidiano socialista “El País”, de Madri, deblaterou contra
a Argentina, que teria retrocedido um século ao recusar um projeto generoso —
na verdade, criminoso — que liberalizava o aborto até os níveis espantosos
existentes em países da União Europeia.
Fato materialmente impossível, aliás, mas que servia para desabafar a sua “democrática” antipatia a uma decisão que se reveste de características democráticas.
Um
engenheiro argentino, de férias com a família na China, escreveu num foro
virtual que, ao sair de uma igreja católica no centro histórico de Xi’an,
cidade que foi capital imperial, foi abordado por um grupo de freiras que
haviam acompanhado de perto a polêmica sobre o aborto na Argentina e o seu
auspicioso desfecho.
Emocionadas,
elas o felicitaram, acrescentando que os argentinos não podiam imaginar o
efeito universal da sua recusa à morte de inocentes.
Perspectivas para o futuro
O
fracasso dessa ofensiva abortista trouxe alegria e ânimo a todos os que lutam
pela Lei de Deus no mundo, desafiando até a mudança de paradigma do Papa
Francisco. Mas trata-se ainda de uma batalha no início de uma
guerra.
De
grande valor, mas uma batalha à qual se seguirão outras.
Os
defensores do aborto, e seus cúmplices nos ambientes eclesiásticos, fazem
antever que não arredarão o pé na Argentina. Juram que voltarão à carga em
2019, com novo projeto. Comentaristas mais argutos observam que, devendo
uma eleição renovar parcialmente o Congresso, os candidatos não ousarão
defender uma bandeira tão impopular como a do aborto.
Em 2020 os inimigos de Cristo, da Igreja e da vida voltarão sem dúvida a agir.
Em 2020 os inimigos de Cristo, da Igreja e da vida voltarão sem dúvida a agir.
Contarão
para isso com o silêncio do Papa, dos bispos e dos maus sacerdotes a respeito
da moral e da doutrina católica?
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