JM PEDRAS VIVAS Evangelizar coração a coração
JORNAL DA MADEIRA
PEDRAS VIVAS
12 Agosto, 2018
D.R |
Uma das formas de
evangelizar – e talvez uma das mais fecundas – embora seja uma pesca à linha, é
evangelizar ou reevangelizar coração a coração, tu a tu, porta a porta. Indo ao
tempo de Jesus, encontramo-lo falando diretamente ao pequeno grupo dos apóstolos
ou à pessoa dos que curava ou a famílias que o convidavam. Para anunciar Jesus
é preciso tê-lo no nosso coração. “O que era desde o princípio, que vimos com
os nossos olhos, o que contemplámos com as nossas mãos acerca do Verbo da vida,
é o que nós vos anunciamos… anunciamos o que vimos
e ouvimos para que estejais em comunhão connosco (1 Jo 1, 1-4)
.
Assim: os apóstolos olham
para o doente e fixando nele o olhar, dizem: “não temos ouro nem prata mas, em
nome de Jesus, levanta-te e anda”; os apóstolos ficavam em casa de pessoas que
os convidavam e aí anunciavam Jesus; Francisco Xavier percorria as casas das
ruas de Goa interpelando para a Boa Nova de Jesus, as crianças de cada casa; em
muitos retiros a Palavra de Deus é dirigida a um grupo fazendo refletir cada
participante; as 162 viagens feitas por mim foram ocasião para falar de Jesus e
da Missão, redundando em preciosos momentos de retiro em interpelações várias
em mais de oitenta países – em paisagens multivariadas, em acampamentos de
índios, na beleza das cataratas – Niagara e Iguaçu -, na imensidão do mar, nas
terras frias da Antártida – na Terra do Fogo, na cidade mais meridional
Ushuaia, contemplando a queda de enormes blocos de gelo; no ambiente recatado
na celebração da Eucaristia, antes do jantar, numa praia de Goa, numa enorme
barraca em frente do Hotel com vento e chuva persistente (em que lembrei ao
grupo a coragem dos descobridores portugueses ao enfrentarem a fúria das
tempestades que assolavam as caravelas ao atravessarem os mares; no recato da
pequena capela, celebrando sobre o túmulo de Francisco Xavier, na igreja do Bom
Jesus, em Goa; numa Sala de Congressos dum Hotel, ou mesmo no quarto Hotel, em
países hostis à religião católica por precaução e para não provocar – sem
cânticos e em surdina; na igreja da Sagrada Família, no Cairo, aproveitando um
pequeno espaço junto da parede, numa terrível pobreza, mas com autorização da
jovem funcionária (uma vez estava o chefe barbudo e foi intransigente não
permitindo a celebração); Charles de Foucauld vai para o meio dos tuaregues e
evangeliza pelo testemunho; Teresa de Calcutá evangeliza pelo serviço aos mais
pobres e moribundos que acolhe com amor; as Redes Sociais atingem diretamente a
mensagem que, cada um pode ler quantas vezes quiser, pois dirigida pessoalmente
a si; na imprensa por assinatura em que a pessoa pode ler quantas vezes quiser
a mensagem escrita. De muitas e muitas formas se pode evangelizar. Basta ter
uma grande paixão por Jesus, para sentir necessidade imperiosa de o comunicar
aos outros por contágio, ou porta a porta, no trabalho ou na pastelaria; como
Giorgio La Pira, que foi Presidente da Câmara de Florença, e que foi um grande
apóstolo da Paz entre Moscovo e Washington, apoiado numa vida de oração
intensa, com participação na missa diária.
Porta a porta ou pessoa a
pessoa, coração a coração, são grandes meios de evangelizar num mundo em que
ser moderno é optar pela secularização e pela destruição de todas as religiões.
Apaixona-te por Jesus Cristo. Segue as linhas de orientação do Congresso da
Aparecida. Não tenhas medo de ser Seu discípulo.
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