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“É aí que as pessoas
de forma mais espontânea e humana vão à procura de Deus. Fazem-no conforme a
sua maneira de ser e viver, mas andam à procura de Deus. Tem uma potencialidade
enorme que não podemos desprezar”, explica à Agência ECCLESIA D. Anacleto
Oliveira, que há oito anos preside às celebrações religiosas da Romaria.
As festas em honra da
Senhora d’Agonia, que tiveram início esta sexta-feira e se prolongam até
segunda-feira, enchem as ruas da cidade com celebrações religiosas e eventos
culturais que o bispo da diocese entende “andarem de mãos dadas”.
“São festas que têm
uma origem religiosa; tendo uma parte «profana», a religião envolve também
cultura, é uma realidade que caminha de mãos dadas”, assinala o bispo de Viana.
A missão da Igreja é
“transmitir a riqueza e beleza de Deus”, aproveitando o que “de bom, e
intencionalmente, existe para mostrar a riqueza do Evangelho”.
“É um trabalho que
não se consegue de um dia para o outro porque, sabemos que, ligado à
religiosidade popular, há uma ignorância grande no aspeto doutrinal ou na
vivência da fé, tantas vezes ligado a superstições”, lamenta D. Anacleto
Oliveira, que indica o quanto os Papas pós-conciliares ajudaram a apresentar a
“religiosidade popular” como o “Evangelho inculturado”.
Talvez pela reforma litúrgica, a religiosidade popular era vista, por
algumas pessoas de modo adverso; os Papa disseram ser na religiosidade popular
que o Evangelho estava insculturado”.
As celebrações tiveram início na sexta-feira com o desfile
da mordomia, ocasião que recorda o momento em que “as senhoras iam convidar as
autoridades civis para participar na festa”.
“Hoje é um
acontecimento cultural mas a sua origem está na organização, por parte de
senhoras, que vestiam o melhor que tinham, em trajes e haveres, para convidar
as autoridades para as festas”.
Com origem na devoção
dos pescadores, que do mar avistavam a igreja da Senhora d’Agonia, as festas
apresentam como ponto alto as procissões à cidade e a procissão ao mar, que
este ano assinala os 50 anos.
“O mar é muito belo,
tem a sua riqueza, mas está cheio de perigos. Os homens sentem que a sua
proteção vem de lá. O santuário da Senhora da Agonia avista-se do mar. É um
ponto de atração”, conta o bispo que entrou solenemente na diocese de Viana do
Castelo poucos dias antes da celebração da Romaria, há oito anos.
“Foi a primeira festa
após a minha entrada na diocese. Faz parte já da minha vida e não consigo
imaginar não participar no programa religioso”, indica.
As festas são vistas
como uma oportunidade para acolher quem chega de fora, abrir as portas da
igrejas e propor, inclusivamente, a devoção a Bartolomeu dos Mártires.
“A igreja da paróquia
de São Domingos está aberta durante largas horas, apresenta uma exposição, tem
a sepultura de Bartolomeu dos Mártires, local onde muitos passam por curiosidade
ou para manifestar a sua fé”, conclui o bispo da Diocese de Viana do Castelo.
A romaria da Senhora
d’Agonia vai estar em destaque no programa Ecclesia deste domingo, na Antena 1,
a partir das 06h00. Ecclesia
LS
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