CAMINHAR JUNTOS Caminhar juntos: na “revolução do serviço”, na liberdade religiosa e no voluntariado Por P. Armando Soares
Caminhar juntos: na “revolução do serviço”,
na liberdade religiosa e no voluntariado
25
Novembro, 2018
D.R. |
JOVENS
A revolução do serviço
1.O
Papa Francisco enviou, no passado dia 21, uma mensagem aos jovens, crentes e
não-crentes, através do YouTube, propondo o que chama de “revolução do
serviço”.
“A
nossa vida só encontra sentido no serviço a Deus e ao próximo”, refere, em
preparação da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) 2019, que vai decorrer, do dia
23 a 28 de janeiro 2019, no Panamá, e a que ele vai presidir. Assinala: “há
muitos jovens, crentes ou não crentes”, que, no final dum período de estudos,
mostram “desejo de ajudar os outros, fazer algo pelos que sofrem”.
“Esta
é a força dos jovens, a força de todos vós, que pode transformar o mundo; esta
é a revolução que pode desbaratar os «poderes fortes» desta terra: a
«revolução» do serviço”.
A
34ª edição da JMJ, o maior evento internacional promovido pela Igreja Católica
para os jovens, tem como tema a resposta da Virgem Maria ao chamamento de Deus:
‘Eis a serva do Senhor, faça-se em Mim segundo a tua palavra’. “As suas
palavras são um «sim» audaz e generoso; Ela compreendeu o segredo da vocação:
sair de si mesmo e pôr-se ao serviço dos outros”, acrescenta.
Maria
foi uma “mulher feliz”, porque foi “generosa com Deus”. Para colocar-se ao
serviço dos outros, não basta estar “pronto para a ação”, mas é preciso também
“entrar em diálogo com Deus”. É a partir deste diálogo que descobrimos a nossa
identidade e a vocação a que o Senhor chama: matrimónio, vida consagrada,
sacerdócio.
As
JMJ são um acontecimento religioso e cultural que reúne jovens de todo o mundo
durante uma semana.
LIBERDADE
RELIGIOSA
Duas experiências em regime
democrático
2.A
Comissão de Liberdade Religiosa (CLR) promoveu, no dia 20 passado, a
conferência ‘A situação da liberdade religiosa em Portugal e Espanha: duas
experiências em regime democrático’, no auditório do Centro de Estudos
Judiciários, em Lisboa.
“Temos
um bom enquadramento constitucional, um direito constitucionalmente garantido
em termos amplos, temos também um regime que reconhece a tradição
histórico-cultural da Igreja Católica em Portugal e a sua relevância mas não
deixa de reconhecer direitos amplamente às demais confissões religiosas”,
analisou o professor universitário Jónatas Machado.
E
esclarece que o reconhecimento das diversas confissões religiosas “dilui um
bocado” a distinção entre maioria e minoria, porque “todas têm um quadro
jurídico” para atuarem, “dentro de um sistema adequado à dimensão e ao peso
social de cada uma”.
Sobre
a Espanha, o professor Jaime Rossell, disse
que a liberdade religiosa chegou com a Constituição de 1978; depois de quase 40
anos, podem “reconhecer que o modelo” é exemplo para outros países da Europa.
“Apostou num princípio de cooperação com as confissões religiosas. A nossa
constituição entendeu o princípio de neutralidade e da confessionalidade que o
direito religioso era algo bom e que devia adotar uma função de promoção”,
afirmou.
E
realçou que a liberdade religiosa “goza de boa saúde” em Espanha, numa sociedade
que, com a emigração, se tornou “plurirreligiosa”, muito diferente dos anos 70,
hoje com “aproximadamente dois milhões de muçulmanos, um milhão de ortodoxos,
mais de 1 milhão de pessoas que pertencem a Igrejas protestantes”.
“Foi
com as revoluções nos EUA e na França que pela primeira vez se declarou a
liberdade religiosa para todas as pessoas poderem ter e praticar uma religião.
Isso foi uma grande aquisição civilizacional”, acentuou.
E
o presidente da CLR, José Vera Jardim, explicou que, em Portugal, a relação do
Governo com as confissões “é boa” e que “o diálogo entre as confissões é um
exemplo”. “Há uma lei que é abrangente, que dá estatuto de dignidade às
diversas confissões religiosas existentes. Há um clima de paz religiosa em
Portugal, seremos dos países da Europa onde não há problemas visíveis”,
observou.
Creio
que temos alguns problemas em que, na prática, se é mais tolerante com as outras religiões do que com a
católica, mas isso é questão de Governos e Assembleias da República, cuja
maioria dos membros não professam qualquer religião.
VOLUNTARIADO
Homenagem ao trabalho de
voluntariado
3.O
Troféu Português do Voluntariado vai ser entregue, no dia 04 de dezembro, às
17h00, no auditório António de Almeida Santos, na Assembleia da República, em Lisboa.
Com
o Patrocínio da Presidência da República, o Troféu Português do Voluntariado
pretende “homenagear o trabalho dos voluntários e incentivar a prática do
voluntariado” e é entregue pela Confederação Portuguesa do Voluntariado (CPV).
É
o reconhecimento e a valorização do voluntariado que tem, em Portugal, uma
notória expressão e é cada vez mais praticado pelas camadas mais jovens”.
Objetivo:
“Promover o voluntariado como exercício de cidadania ativa, de solidariedade e
de dádiva, na construção do bem comum” e “valorizar o voluntariado que
contribua para a melhoria das condições de vida nas comunidades”. No dia 5 de
dezembro comemora-se o Dia Internacional do Voluntariado.
Portugal
foi reconhecido no Conselho dos Bispos Europeus no encontro deste ano como um
dos principais países com mais voluntários sobretudo jovens. A identidade cristã e
humanitária estará na base desta “cultura da solidariedade”.
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