LEIGOS/Seminário Setúbal: Um casal e um leigo consagrado ajudam a formar sacerdotes no Seminário de Almada
LEIGOS/Seminário
Setúbal: Um casal e um leigo consagrado ajudam a formar
sacerdotes no Seminário de Almada
Nov 16, 2018 - 9:04
Reitor destaca cuidado com a
parte humana e afetiva dos candidatos que começa logo no ano propedêutico
Foto: Seminário Maior de S. Paulo de Almada |
No Seminário de S. Paulo de Almada, na Diocese de Setúbal, a
formação inicial dos seminaristas conta com a colaboração de um casal de leigos
e de um leigo consagrado ligado à Comunidade Shalom.
Em entrevista à
Agência ECCLESIA, o reitor da instituição, padre Rui Gouveia, sublinha o
contributo essencial destas pessoas, que trazem “competências” que muitas vezes
as equipas formadoras “não têm”.
Uma colaboração
reforçada com a publicação de novas indicações para a formação dos futuros
sacerdotes, por parte do Papa Francisco, que instituiu com caráter obrigatório
“um ano propedêutico especialmente dedicado à questão humana”, recorda o
sacerdote.
O trabalho do casal
de leigos com cada seminarista, de modo individual, tem como objetivo ajudar os
candidatos ao sacerdócio a consolidarem a sua “maturidade afetiva”, a partir da
abordagem a temáticas como a família e a vida conjugal.
“Ao alicerçarmo-nos
numa relação de confiança, onde cada rapaz pode ir abrindo o seu coração e
partilhando as suas dificuldades, as suas alegrias, podemos dar respostas muito
dirigidas à pessoa e às suas dificuldades”, aponta o padre Rui Gouveia.
No que diz respeito
ao contributo com o leigo consagrado da Comunidade de Shalom, ele privilegia a
leitura da “história de vida” de cada seminarista, para aí clarificar as
motivações de cada um.
Para o padre Carlos
Silva, vice-reitor do Seminário de S. Paulo de Almada, e que acompanha mais
diretamente esta etapa do ano propedêutico, é essencial que “não se dê por óbvio
de que, ao estar no Seminário, se vai passar automaticamente para uma etapa
posterior”.
“A pessoa é
confrontada com a vocação que tem ou que não tem para o sacerdócio”, realça
aquele responsável, que acredita que deste modo é possível colmatar determinadas
“fragilidades” ou “lacunas” de forma mais eficaz e “em tempo propício”.
“Que haja um tempo,
uma abertura, uma confiança, que haja liberdade para eles próprios poderem
encontrar-se a si mesmos naquilo que eventualmente esteja menos claro”,
complementa.
Atualmente, o
Seminário de S. Paulo de Almada conta com 15 seminaristas, 3 dos quais a
frequentarem o ano propedêutico, que é como que um “ano zero” que antecede o
início dos estudos académicos no curso de Teologia.
De acordo com o padre
Carlos Silva, outro aspeto privilegiado durante este tempo de formação é a
ligação dos seminaristas com as próprias famílias.
“Cada um vem de um
ambiente, de uma história de vida, de uma cultura, de um tempo e antes de mais
importa-nos permitir que o seminarista viva essa relação com a sua história de
vida de modo natural”, sustenta.
Sobre a relação do
Seminário com as comunidades, ela procura ser o mais aberta possível, pois essa
será a realidade que os futuros sacerdotes irão servir.
“Procuramos que o
Seminário seja também uma casa de acolhimento para a diocese, isto implica
também que os jovens venham cá, como vêm em diversas ocasiões, seja para uma
vigília de oração, para um encontro, e também nas visitas que fazemos às
paróquias e comunidades, permitimos e promovemos sempre esse encontro”,
assinalou o padre Carlos Silva.
A Igreja Católica em
Portugal está a assinalar até dia 18 de novembro a Semana dos Seminários, que
tem por tema ‘Formar discípulos missionários’.
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