CRISTO REI O reino de Deus, o “Filho do homem”, o Messias, o Cristo, o rei e imperador por P. Casimiro João
Blog de Chapadinha P. Casimiro João
sábado, 24 de novembro de 2018
O “filho do homem” tem três aplicações: era originariamente
aplicado para dizer o ser humano, qualquer pessoa: “ E tu, filho do homem,
profetisa sobre esses ossos” (Ez.37, 3). “Quem é o homem para te lembrares
dele, e o filho do homem para que venhas visitá-lo?” (Sl.8)
Foto: OPUS DEI |
Se aplicava também ao povo de Israel, que estaria destinado para dominar
um dia todas as nações (Dn, 7, 3). E em terceiro lugar Jesus gostava de ser
chamado filho do homem.
Messias: O rei Davi
tinha a promessa de um messias que quer dizer ungido,
em grego cristo. Este Messias ficou sempre na cabeça do povo, mesmo
quando os reis foram vencidos pelos reis estrangeiros nas guerras. Até que o
reino de Israel acabou, e quando veio Jesus eram colonos dos romanos. E cadê o
Messias prometido a Davi?
Mas qualquer líder que se impusesse, o povo estava atento: será ele? Ou
então ele mesmo juntava o povo “sou eu...” (O João Batista mandou perguntar a
Jesus “és tu o Messias?” (Mt.11,3) e os fariseus, “és tu o Messias”?
(Jo.10,24). Jesus nunca quis esse nome para si.
Rei: Esse Messias
seria o rei de Israel. Iria sujeitar todas as nações a seus pés. De fato, os
discípulos na ascensão perguntaram “é agora que vais restaurar o reino
de Israel”? E na multiplicação dos pães: Jesus se afastou sozinho.
Porquê? Queriam fazê-lo rei. (Jo.6,15).
Então Jesus recusava os títulos de Messias e de Rei. Só “Filho do homem”
mesmo. E quando era perguntado, “quando será o momento em que chegará o “reino
de Deus” ele respondia “o reino de Deus está entre vocês” (Lc
17,20).
Então o reino de Deus o que será? Fazer o bem como Jesus fazia, entregar-se ainda que não o aceitassem, “o filho do homem terá que sofrer muito. E ser rejeitado” (Lc.9,22).
Então o reino de Deus o que será? Fazer o bem como Jesus fazia, entregar-se ainda que não o aceitassem, “o filho do homem terá que sofrer muito. E ser rejeitado” (Lc.9,22).
Sempre “O filho do homem”, ele ia por esse caminho. Por isso mesmo os que
fossem fiéis a Deus e aos irmãos e seguiram os passos do filho do homem virá
esse mesmo filho do homem ajuntá-los para a salvação: “Então vereis o Filho do
Homem vindo nas nuvens do céu, (alusão a Dn, cap.7) e ajuntará os eleitos
de Deus de um extremo ao outro da terra” (Mc.13,27).
Os pagãos e judeus helenistas que não conheceram a vida de Jesus terreno
não podiam imaginar um Messias sofredor, porque para eles a referência era o
Messias-rei filho de Davi.
E gostavam do nome de rei, e imperador para Jesus, mesmo que Jesus nunca
o aplicou a si mesmo e determinantemente se fugia dele. Diante de Pilatos
declarando: não é como vocês dizem o meu reino. (Cf.Jo,18,36).
Para isso colaborou a história subsequente quando a Igreja assumiu de bom
grado as pompas e adereços da corte imperial bizantina no modo de viver, nas
vestes e no fausto.
Mais tarde assumiu a ordem feudal, os hábitos e símbolos de status da
nobreza tanto nas estruturas eclesiais como na organização dos ritos da sua
liturgia. Bispos tornaram-se senhores feudais e Príncipes da Igreja.
Daí que no séc.XIX quando veio a declaração dos Direitos Humanos custou
muito à Igreja aceitá-los, resumidos nos três pilares “liberdade, igualdade,
fraternidade”. Daí foi à frente dela o liberalismo, o iluminismo e o
renascentismo.
Tem consequências considerar Jesus como “o filho do homem” o Jesus que
andava no meio do povo, e defendendo os direitos do povo ou como um rei
distante e exigente dos seus direitos? Imagine quais são?
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