POBRES Grito dos pobres: Papa evoca «grito» dos pobres e diz que atenção aos necessitados «não é moda de um pontificado»
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Grito dos pobres: Papa evoca «grito» dos pobres e diz
que atenção aos necessitados «não é moda de um pontificado» Ecclesia
Nov 18, 2018 - 9:58
Francisco celebrou Missa com centenas de pessoas
em necessidade e voluntários, no II Dia Mundial dos Pobres
O Papa Francisco disse hoje no
Vaticano que o “grito” dos pobres é abafado, na sociedade, pelos “cada vez mais
ricos” e defendeu que a atenção da Igreja aos mais necessitados “não é moda de
um pontificado”.
“É importante, para todos nós, viver a fé em contacto com os necessitados.
Não é uma opção sociológica, não é a moda de um pontificado, mas exigência teológica.
É reconhecer-se mendigos de salvação, irmãos e irmãs de todos, mas
especialmente dos pobres, prediletos do Senhor”, observou, na homilia da Missa
a que presidiu na Basílica de São Pedro, no II Dia Mundial
A celebração, com a presença de cerca de 6 mil pobres, voluntários que os
acompanham e representantes de várias organizações caritativas, ficou marcada
pelos alertas do Papa Francisco, que deu voz ao “grito dos pobres”.
“É o grito estrangulado de bebés que não podem vir à luz, de crianças que
padecem a fome, de adolescentes habituados ao barulho das bombas em vez da
algazarra alegre dos jogos. É o grito de idosos descartados e deixados
sozinhos”, realçou.
“É o grito de quem se encontra a enfrentar as tempestades da vida sem uma
presença amiga. É o grito daqueles que têm de fugir, deixando a casa e a terra
sem a certeza dum refúgio. É o grito de populações inteiras, privadas inclusive
dos enormes recursos naturais de que dispõem”; acrescentou.
O Papa lamentou que alguns se banqueteiem com “aquilo que, por justiça, é
para todos”.
A
injustiça é a raiz perversa da pobreza. O grito dos pobres torna-se mais forte
de dia para dia, mas de dia para dia é menos ouvido porque é abafado pelo barulho
de poucos ricos, que são cada vez menos e cada vez mais ricos”.
A celebração do Dia Mundial dos Pobres, no penúltimo domingo do ano
litúrgico, nas comunidades católicas, é uma iniciativa do Papa Francisco,
iniciada após o Jubileu da Misericórdia, e assinalou-se pela primeira vez em
2017. Na sua homilia, o Papa falou da “coragem de deixar” de lado as
preocupações com o sucesso ou a tranquilidade, para ir ao encontro de Deus e de
quem sofre.
“Subir até Deus e descer até aos irmãos: eis a rota traçada por Jesus”,
precisou.
Francisco convidou todos a manter a confiança em Cristo, perante os
“grandes inimigos”: “o diabo, o pecado, a morte, o medo”.
Há uma
grande necessidade de pessoas que saibam consolar, não com palavras vazias, mas
com palavras de vida. No nome de Jesus, encontramos e oferecemos verdadeira
consolação: não são os encorajamentos formais e previstos que restauram, mas a
presença de Jesus”.
O Papa sustentou que nenhum cristão pode ficar indiferente perante a
“dignidade humana espezinhada”, convidando a “gestos gratuitos”, em prol de
quem não os pode retribuir.
“Estendei-nos a mão, Senhor, e agarrai-nos. Ajudai-nos a amar, como vós
amais. Ensinai-nos a deixar o que passa, a encorajar quem vive ao nosso lado, a
dar gratuitamente a quem está necessitado”, concluiu.
Após a Missa, o auditório Paulo VI, no Vaticano, vai receber mais de 3 mil
convidados do Papa, para um almoço que assinala este II Dia Mundial dos Pobres.
À imagem do que aconteceu em 2017, Francisco vai sentar-se à mesa com os
pobres, um gesto que se vai repetir em refeitórios de muitas paróquias,
universidades, organizações assistenciais e associações de voluntariado que
aderiram à iniciativa. Ecclesia
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