JOVENS MADEIRA: Jovens do Garachico dizem-se cientes de que “o crismado é ungido para a missão”
JOVENS
MADEIRA: Jovens do Garachico dizem-se
cientes de que “o crismado é ungido para a missão”
Por Luisa
Gonçalves in Jornal da Madeira
Foto: Duarte Gomes |
Receber o Sacramento da Confirmação é “viver a esperança” e “reconhecer, cá dentro, a voz de Cristo que diz: Não tenhais medo, Eu estou convosco”. E é também, “mesmo nos momentos de desânimo, de medo e de angústia”, perceber que “Ele caminha ali mesmo, ao nosso lado dá-nos a mão e ampara-nos”. Assim o disse uma das 19 jovens que este domingo, dia 18 de novembro, se apresentaram para receber este sacramento na Paróquia do Garachico, numa Eucaristia presidida por D. António Carrilho.
Falando em nome do
grupo, e depois das palavras de boas vindas dirigidas ao prelado, a jovem disse
ainda que, perante “o desafio que nos é proposto”, elegiam “de livre e
espontânea vontade a vida cristã”, “comprometidos com o serviço e preocupação
da Igreja, em transformar a sociedade à luz do Evangelho” e cientes de que “o
crismado é ungido para a missão”.
A estas primeiras
palavras D. António respondeu com agradecimento e uma saudação à comunidade que
se reuniu para celebrar a Eucaristia, “marca de um domingo cristão”, mas
especial também por ir confirmar na fé um grupo de jovens depois de uma
caminhada de reflexão que lhes permitiu receber a marca do Espírito Santo, que
os vai acompanhar “nos caminhos da vida” e os ajudará “a dar testemunho e a
viver como bons cristãos”.
Coube depois ao Pe.
Humberto agradecer ao prelado por “estar presente na nossa comunidade para
celebrar esta festa” e também apresentar os 19 crismandos os quais,
disse, “fizeram o itinerário catequético de 10 anos”. Mais recentemente,
prepararam-se ainda para este dia com uma série de encontros. “Nós sabemos que
a semente está lá, mas hoje esperamos, da vossa palavra e da vossa sabedoria,
um incentivo e um desafio a estes jovens, para que
a
semente permaneça e dê fruto”, disse.
Na homilia, depois de
agradecer as palavras de acolhimento e de apresentação, D. António
sublinhou que aquele dia estava “repleto de significados”. E significados não
só para aquela comunidade paroquial, por ser dia de crismas, mas também para a
Diocese, com o encerramento da ‘Semana dos Seminários’ e para a Igreja
universal, por neste dia 18 de novembro se assinalar o II Dia Mundial dos
Pobres, instituído pelo Papa Francisco.
oto:
Duarte Gomes
Em
relação ao primeiro ponto, o prelado salientou a importância dos crismandos, e
da restante assembleia, terem presente o Sacramento do Batismo. Uma graça que
recebemos e que nos abriu a porta da Igreja “tornando-nos membros da família de
Deus”. Só conscientes da sua importância, disse, podemos entender o Sacramento
do Crisma, que é a confirmação desse primeiro sacramento, uma espécie de
“reavivar da fé”. Daí que esta não seja “uma cerimónia qualquer”, mas uma
manifestação de que queremos, de facto, continuar a viver como bons cristãos,
como filhos de Deus, mantendo essa relação que temos com o Pai a quem amamos e
por quem nos sentimos amados. Um amor que “traduz-se em muitas coisas”,
como diziam as leituras a que D. António fez breves referências, a
começar pela profecia da chegada de um Messias que, depois de ungido, seria
enviado para meio dos homens. A mesma unção que os crismandos recebem como
“marca de Deus”, uma “marca para a vida”, que os torna também enviados e
responsáveis por anunciar a Boa Nova de Deus. Uma marca que, graças à força e
aos dons do Espírito Santo, “vai tornar-se fonte do amor de Deus nos vossos
corações”, e que deve ser “bem guardadinha” e nos acompanhar e dar alento e
ânimo ao longo da vida.
Em relação ao Dia
Mundial dos Pobres, D. António explicou que o que se pretende é que estejamos
de “olhos bem abertos” e com o “coração disponível para ajudar a quem precisa”.
Um alerta que o Papa Francisco quis fazer, especialmente àquelas pessoas que
teimam em não ver o que se passa ao seu lado, em não dar a mão e ajudar alguém
precisa. Daí o desafio para que “cada um lá na sua casa, sabendo as
dificuldades que tem, possa reconhecer as dificuldades de outros” e tentar
ajudar.
No que concerne à Semana
dos Seminários, que terminou este domingo, D. António lembrou que foi sobretudo
uma semana de oração. Oração que deve continuar para que mais vocações
despertem e possamos ter mais sacerdotes, para colmatar as necessidades actuais,
mas também necessidades futuras das nossas paróquias. Neste momento, a Diocese
do Funchal conta com 14 seminaristas, quatro no Seminário Diocesano do Funchal
dois em Caparide e oito no Seminário dos Olivais. Desse grupo, “dois serão
ordenados diáconos logo a seguir ao Natal”. Mas o número ainda está muito longe
de ser suficiente. Daí que seja necessário continuar a rezar e sobretudo a
olhar para os jovens, a reconhecer neles a vocação e a ajudá-los a seguir essa
sua missão, esse seu chamamento.
Concluída a crismação
individual D. António deu os parabéns a todos os crismados, que desafiou a
“viver como bons cristãos”, longe de caminhos menos próprios em que é sempre
muito fácil cair, mas difícil de sair.
Dirigiu-se depois aos
padrinhos a quem lembrou que, ao aceitarem este convite, assumiram
responsabilidades, nomeadamente de ajudar os afilhados a continuar a viver na
fé, e de estar disponíveis para os ajudar em qualquer circunstância da vida,
com “uma palavra”, “um conselho”.
Já a terminar a
cerimónia, e depois das palavras de alguns crismados e de uma mãe que quis
deixar um agradecimento ao bispo diocesano pela presença, aos demais pais e
padrinhos, e também ao Pe. Humberto, o pároco do
Garachico voltou, também ele, a agradecer a todos quantos tornaram possível
este “dia de festa”. O prelado associou-se a todos os agradecimentos, dizendo
que na “igreja devemos estar agradecidos uns aos outros”.
Mesmo antes da bênção
final, D. António deixou ainda três breves recomendações aos
crismados. A primeira foi para que “não se esqueçam de rezar todos os dias um
bocadinho”, o que pode ser feito com recursos às orações que conhecem, ou
simplesmente usando o coração para conversar com Deus. A outra recomendação foi
para que não deixassem de ir à missa ao domingo e, finalmente, para que não se
esquecessem de rezar pelo pré-seminário e pelo seminário.
Terminada a celebração o
bispo do Funchal ofereceu a cada jovem, em nome da Diocese, o livro dos
“Evangelhos e Atos dos Apóstolos” que, disse, “não é para ficar esquecido numa
estante a apanhar pó”, mas para “estar ao serviço de todos lá em casa”.
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