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Fariseus |
«Colocar em prática, todos os
dias, a Lei do Evangelho liberta o cristão do perigo da "falsa
religiosidade" foi o sentido das palavras pronunciada por Bento XVI, em
Castel Gandolfo, na alocução que precedeu a oração do Angelus, no dia 2 de Setembro
2012. Na saudação em francês, o Papa expressou a sua alegria em visitar o
Líbano, cuja viagem apostólica internacional programou para os dias 14 a 16 concedendo
a Deus algumas palavras de superficial devoção para, na realidade, depositar a
própria confiança naqueles interesses pessoais que são as verdadeiras
"divindades" de muitos, inclusive cristãos. Essa é uma tentação
humana antiga quanto a relação entre Deus e o homem, observa o Pontífice. Nas
palavras que antecederam a oração mariana, Bento XVI fez tal observação relendo
algumas passagens da liturgia, dedicada ao tema da Lei de Deus. Ela – frisou –
coincide com a própria Palavra de Deus, que liberta o homem de seus egoísmos e
o introduz "na 'terra' da verdadeira liberdade e da vida":
"Por isso na Bíblia a
Lei não é vista como um peso, uma limitação que oprime, mas como a doação mais
preciosa do Senhor, o testemunho de seu amor paterno, da sua vontade de estar
próximo de seu povo, de ser seu Aliado e escrever com ele uma história de
amor." Não haveria nenhum problema se o coração do homem estivesse em
sintonia com Deus. Mas muitas vezes não é assim, e o Papa tomou como exemplo o
que aconteceu com o povo judeu do Antigo Testamento, quando sai do exílio no
deserto, mesmo acompanhado pela Lei divina que Moisés exorta com força a
colocar em prática: "Eis o problema: quando o povo se estabelece na terra,
e é depositário da Lei, é tentado a recolocar a sua segurança e a sua alegria
em algo que não é mais a Palavra do Senhor. Recoloca-as nos bens, no poder, em
outras 'divindades', que na realidade são vãs, são ídolos." É claro, Deus
não é colocado de lado, observou em seguida o Pontífice. A sua Lei
"permanece, mas já não é a coisa mais importante, a regra de vida". É
o que no Evangelho Cristo censura nos fariseus, para os quais a Lei divina se
tornou outra coisa:"Torna-se, sobretudo, um revestimento, uma cobertura,
enquanto a vida segue outros caminhos, outras regras, interesses muitas vezes
egoístas individuais e de grupo. E assim a religião perde o seu autêntico
sentido, que é viver na escuta de Deus para fazer a sua vontade, e se reduz a
prática de usos secundários, que satisfazem, sobretudo, a necessidade humana de
sentir-se tranquilo diante de Deus. Esse é um grave risco de toda religião, que
Cristo encontrou em seu tempo, mas que, infelizmente, pode verificar-se, também
no cristianismo.»(News.va)
O verdadeiro cristianismo
está não em aceitar pura e simplesmente uma quantidade de fórmulas de
orações, realizar actos cultuais: promessas, procissões ainda que com centenas
de vistosos andores, assistir a muitas missas, rezar milhares de terços,
conhecer a doutrina toda como fórmulas químicas ou matemáticas, fazer muitas
peregrinações… O cristianismo mais que um conjunto de coisas é uma pessoa -
Jesus Cristo - cujos gestos devemos incarnar na nossa vida. Só Ele é o caminho,
a verdade e a vida. E os seus gestos são os que manifestarão a nossa fé cristã.
Deverão ser gestos de caridade, de fraternidade, de perdão, de carinho, de atenção
sobretudo para com os pobres e abandonados, para com o doentes e desprezados,…
Numa palavra: fazer o que Ele fez e como nos ensinou. O cristianismo é vida. E
só seguindo-O é que temos a vida! Ser cristão implica viver ao jeito de Jesus,
mas também anunciá-lO através desses gestos.
deste mês. Ficar em paz com a
consciência
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