MULHER/1 janeiro 2020
Papa: “Toda a violência infligida à mulher é uma profanação de Deus,
nascido de mulher”.
"Não
compreenderemos a Igreja, se olharmos para ela a partir das estruturas,
programas e tendências: entenderemos qualquer coisa dela, mas não o coração.
Porque a Igreja tem um coração de mãe. E nós, filhos, invocamos hoje a Mãe de
Deus, que nos reúne como povo crente. Ó Mãe, gerai em nós a esperança,
trazei-nos a unidade. Mulher da salvação, confiamo-Vos este ano, guardai-o no
vosso coração. Nós Vos aclamamos: Santa Mãe de Deus, Santa Mãe de Deus, Santa
Mãe de Deus!
Por Vatican News
1
Janeiro, 2020 VTICAN News
Foto: Vatican Media |
O Santo Padre começou este
novo ano de 2020 presidindo, na Basílica de São Pedro, no Vaticano, à
celebração Eucarística pela Solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus.
O Papa começou a sua homilia
com a citação bíblica: “Quando chegou a plenitude do tempo, Deus enviou o seu
Filho, nascido de mulher”. E explicou:
“Nasceu de uma mulher: assim
veio Jesus! Não veio ao mundo como adulto, mas, como diz o Evangelho,
“concebido no seio materno”. Assim, ele assumiu a nossa humanidade. No seio de
uma mulher, Deus e a humanidade se uniram e nunca mais se deixaram. Agora, no
Céu, Jesus vive na carne que recebeu no seio de sua Mãe”.
Desta forma, acrescentou
Francisco, no primeiro dia do ano novo, celebramos a união entre Deus e o
homem, que se deu no seio de uma mulher. A nossa humanidade estará para sempre
em Deus e Maria será para sempre a Mãe de Deus: mulher e mãe”. E falando sobre
Maria, o Papa disse:
“Por meio desta mulher, surgiu
a salvação. Logo, não há salvação sem ela. Através de Maria, mulher e mãe, Deus
se uniu a nós, homens e mulheres. Por isso, começamos o ano sob o signo de
Nossa Senhora, mulher que teceu a humanidade de Deus. Se também nós quisermos
dar humanidade aos nossos dias, devemos recomeçar da mulher”.
Logo, disse Francisco, “o
renascimento da humanidade começou de uma mulher. As mulheres são fontes de
vida! Não obstante, são continuamente espezinhadas, espancadas, violentadas,
obrigadas à prostituição e a privar a vida que trazem no seio. E acrescentou:
“Toda a violência infligida à
mulher é uma profanação de Deus, nascido de mulher. A salvação da humanidade
veio do corpo de uma mulher. O nível da nossa humanidade mede-se pelo modo com
que tratamos o corpo de uma mulher”.
E Francisco refletiu: “Quantas
vezes o corpo da mulher é sacrificado pelas propagandas profanas, pelo lucro,
pela pornografia. As mulheres devem ser libertadas do consumismo, devem ser
respeitadas e honradas. A sua carne é a mais nobre do mundo, pois uma mulher
deu à luz o Amor, que nos salvou! E o Papa disse:
“Ainda hoje, a maternidade é
humilhada, porque o único crescimento que interessa é o econômico. Quantas
mães, na busca desesperada de dar um futuro melhor ao fruto do seu seio,
arriscam suas vidas em viagens impossíveis e acabam julgadas por um grande
número de pessoas fartas, mas de coração sem amor”.
Segundo a narração bíblica, no
ápice da criação destaca-se a mulher, quase como compêndio de toda a obra
criada por Deus. Ela encerra em si a finalidade da criação: a geração e a conservação
da vida, a comunhão e a solicitude. É o que fez Nossa Senhora, que conservou
tudo em seu coração”, como recordou o Papa:
“Ela conservava tudo: a
alegria pelo nascimento de Jesus; a tristeza pela hospitalidade negada em
Belém; o amor de José e a admiração dos pastores; as promessas e as incertezas
sobre o futuro do seu filho. Mas, em seu coração, encarava e aceitava tudo,
inclusive as adversidades, com amor e confiança em Deus”.
Por isso, no início deste Ano
Novo, Francisco, convidou os fiéis a pedirem a graça de acolher e cuidar dos
outros, se quisermos um mundo melhor, que seja casa de paz e não palco de
guerra, que respeite a dignidade de cada mulher. Da mulher, nasceu o Príncipe
da Paz. Uma conquista em prol da mulher é uma conquista em prol de toda a
humanidade.
Neste sentido, o Papa disse
que também a Igreja, como Maria, é mulher e mãe e se sente chamada a anunciar o
nascimento do Senhor e a gerá-lo em nossas vidas. E concluiu: “Aproximando-se
de Maria, a Igreja reencontra o seu centro e a sua unidade. Ao contrário, o
inimigo da natureza humana, o demônio, busca dividi-la, dando ênfase às
diferenças, ideologias, pensamentos unilaterais e partidos. Jamais poderemos
compreender a Igreja, se a olharmos só a partir das estruturas, programas e
tendências e não do coração. A Igreja tem coração de mãe”.
O Santo Padre concluiu a sua
homilia, na Solenidade de Santa Maria Mãe de Deus, pedindo-lhe a unidade e a
esperança. Sob seu manto materno confiou este ano novo de 2020, que está
iniciando!
Manoel
Tavares – Cidade do Vaticano
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