SAÚDE em Portugal JUNTAS MÉDICAS saúde pública Médicos de saúde pública ameaçam sair de juntas médicas A Associação de Médicos de Saúde Pública, a Ordem dos Médicos e os sindicatos médicos entendem que é urgente repensar o sistema das juntas médicas de avaliação de incapacidade, libertando os clínicos de saúde pública para funções que tragam ganhos reais à população. “Há longo tempo que fomos avisando a tutela de que a situação não estava a correr bem. As organizações médicas consideram que urge resolver a situação da forma mais célere possível e decidiram solicitar uma reunião com caráter de urgência à ministra da Saúde”, acrescentou Ricardo Mexia. Também o bastonário dos Médicos, Miguel Guimarães, sublinha que é frequente a queixa destes clínicos de que o trabalho nas juntas médicas lhes ocupa “o tempo praticamente todo”. “Há médicos de saúde pública que praticamente só fazem juntas médicas. Estão a ser completamente desaproveitados, porque são essenciais para melhorar a saúde pública em Portugal”, argumentou o bastonário à Lusa, defendendo que os médicos de saúde pública deviam estar também nos hospitais e não apenas nas administrações regionais de saúde ou nos cuidados de saúde primários. O representante dos médicos de saúde pública, Ricardo Mexia, confirma que há médicos com o tempo quase exclusivamente ocupado com as juntas médicas. E genericamente, os médicos de saúde pública têm pelo menos metade do seu tempo de trabalho alocado àquelas tarefas “quase exclusivamente burocráticas”. Além da reunião com a ministra da Saúde, as organizações reunidas no Fórum Médico de Saúde Pública decidiram “recomendar aos colegas que solicitem a exoneração ou não aceitem ser nomeados como membros de junta médica de avaliação de incapacidade”. “Os médicos de saúde pública têm as competências para o fazer. Mas não o devem fazer no âmbito das suas atividades de saúde publica nas unidades de saúde pública dos diversos níveis, que têm uma vocação diferente e que não se coaduna com essas tarefas burocráticas que pouco ou nenhum ganho em saúde trazem aos portugueses”, afirmou Ricardo Mexia. O responsável avança com a possibilidade de estas juntas serem realizadas em centros de avaliação médica e psicológica, que chegaram a estar previstos para a emissão de atestados para as cartas de condução. Outra das matérias que preocupa as organizações médicas prende-se com o facto de estar previsto desde 2009 o pagamento de um suplemento pelas funções enquanto autoridade de saúde que os médicos de saúde pública nunca chegaram a receber, por não ter sido regulamentado. Segundo um documento a que a Lusa teve acesso, a reunião do Fórum Médico de Saúde Pública, que decorreu na terça-feira, concluiu ainda que é urgente concretizar a “consecutivamente adiada” reforma da saúde pública, criando uma comissão para essa reforma. O bastonário da Ordem dos Médicos sublinhou precisamente que “a reforma da saúde pública continua parada”, desaproveitando as funções essenciais dos médicos de saúde pública
SAÚDE em Portugal
JUNTAS MÉDICAS saúde pública
Médicos de saúde pública ameaçam sair de juntas médicas
A Associação de Médicos de
Saúde Pública, a Ordem dos Médicos e os sindicatos médicos entendem que é
urgente repensar o sistema das juntas médicas de avaliação de incapacidade,
libertando os clínicos de saúde pública para funções que tragam ganhos reais à
população.
“Há longo tempo que fomos
avisando a tutela de que a situação não estava a correr bem. As organizações
médicas consideram que urge resolver a situação da forma mais célere possível e
decidiram solicitar uma reunião com caráter de urgência à ministra da Saúde”,
acrescentou Ricardo Mexia.
Também o bastonário dos Médicos,
Miguel Guimarães, sublinha que é frequente a queixa destes clínicos de que o
trabalho nas juntas médicas lhes ocupa “o tempo praticamente todo”.
“Há médicos de saúde pública
que praticamente só fazem juntas médicas. Estão a ser completamente desaproveitados,
porque são essenciais para melhorar a saúde pública em Portugal”, argumentou o
bastonário à Lusa, defendendo que os médicos de saúde pública deviam estar
também nos hospitais e não apenas nas administrações regionais de saúde ou nos
cuidados de saúde primários.
O representante dos médicos de
saúde pública, Ricardo Mexia, confirma que há médicos com o tempo quase
exclusivamente ocupado com as juntas médicas. E genericamente, os médicos de
saúde pública têm pelo menos metade do seu tempo de trabalho alocado àquelas
tarefas “quase exclusivamente burocráticas”.
Além da reunião com a ministra
da Saúde, as organizações reunidas no Fórum Médico de Saúde Pública decidiram
“recomendar aos colegas que solicitem a exoneração ou não aceitem ser nomeados
como membros de junta médica de avaliação de incapacidade”.
“Os médicos de saúde pública
têm as competências para o fazer. Mas não o devem fazer no âmbito das suas
atividades de saúde publica nas unidades de saúde pública dos diversos níveis,
que têm uma vocação diferente e que não se coaduna com essas tarefas
burocráticas que pouco ou nenhum ganho em saúde trazem aos portugueses”,
afirmou Ricardo Mexia.
O responsável avança com a
possibilidade de estas juntas serem realizadas em centros de avaliação médica e
psicológica, que chegaram a estar previstos para a emissão de atestados para as
cartas de condução.
Outra das matérias que
preocupa as organizações médicas prende-se com o facto de estar previsto desde
2009 o pagamento de um suplemento pelas funções enquanto autoridade de saúde
que os médicos de saúde pública nunca chegaram a receber, por não ter sido
regulamentado.
Segundo um documento a que a
Lusa teve acesso, a reunião do Fórum Médico de Saúde Pública, que decorreu na
terça-feira, concluiu ainda que é urgente concretizar a “consecutivamente
adiada” reforma da saúde pública, criando uma comissão para essa reforma.
O bastonário da Ordem dos
Médicos sublinhou precisamente que “a reforma da saúde pública continua
parada”, desaproveitando as funções essenciais dos médicos de saúde pública
Comentários
Enviar um comentário