TERRORISMO condenação do Papa Papa condena «flagelo do terrorismo» e violações à liberdade religiosa
TERRORISMO condenação do Papa
Papa condena «flagelo do
terrorismo» e violações à liberdade religiosa
Jan 9, 2020 - 12:58
Discurso anual ao corpo diplomático prestou atenção particular a crises
no continente africano
TERRORISMO condenação do Papa
Papa condena «flagelo do terrorismo» e violações à liberdade religiosa
O Papa condenou hoje no
Vaticano o “flagelo” do terrorismo e pediu respeitou pela liberdade religiosa,
numa intervenção perante diplomatas de mais de 180 países, alertando
particularmente para crises no continente africano.
“Dói constatar como continuam – particularmente no Burquina Faso, Mali,
Níger e Nigéria – episódios de violência contra pessoas inocentes, entre as
quais muitos cristãos perseguidos e mortos pela sua fidelidade ao Evangelho”,
denunciou, no encontro de apresentação de cumprimentos de Ano Novo.
Francisco convidou a comunidade internacional a apoiar os esforços que
estes países estão a fazer na “luta para derrotar o flagelo do terrorismo, que
está a cobrir de sangue partes cada vez mais extensas da África, bem como
outras regiões do mundo”.
A intervenção, de cerca de 50 minutos, recordou a primeira visita de um
Papa à Península Arábica (Emirados Árabes Unidos, fevereiro de 2019), na qual
foi assinado um documento sobre a “Fraternidade Humana em prol da paz mundial e
da convivência comum”, conjuntamente com o grande imã de Al-Azhar, Ahmad
al-Tayyeb.
Francisco disse que é necessário “condenar firmemente o uso do nome de
Deus para justificar atos de homicídio, de exílio, de terrorismo e de
opressão”, recorda a importância do conceito de “cidadania”, que se baseia na
igualdade dos direitos e dos deveres.
Isto
exige que seja respeitada a liberdade religiosa e se trabalhe para renunciar ao
uso discriminatório do termo minorias, que traz consigo as sementes da sensação
de isolamento e inferioridade e prepara o terreno para as hostilidades e a
discórdia, discriminando os cidadãos com base na sua pertença religiosa”.
O Papa sublinhou a importância de “formar as gerações futuras no diálogo
inter-religioso”, promovendo “o diálogo e a cultura do encontro para construir
sociedades pacíficas, onde cada um possa expressar livremente a própria
pertença étnica e religiosa”.
O discurso – que recordou a
passagem por Moçambique – apelou à implementação de estratégias de segurança,
redução da pobreza e melhorias no sistema de saúde dos países africanos,
encorajando “as iniciativas que promovem a fraternidade entre todas as
expressões culturais, étnicas e religiosas”.
“Os conflitos e as emergências humanas, agravadas pelas convulsões
climáticas, aumentam o número dos deslocados e repercutem-se sobre as pessoas
que já vivem em grave estado de pobreza”, alertou o Papa.
Francisco saudou depois a mobilização dos jovens em defesa do planeta,
considerando que a causa da ecologia é “um desafio urgente” e está nas
preocupações da Igreja Católica, como aconteceu no Sínodo especial dedicado à
Amazónia (outubro de 2019).
A intervenção lamentou os poucos avanços da COP25,
que se realizou em Madrid no último mês de dezembro, assinalando que o fenómeno
do aquecimento global “requer uma resposta coletiva”.
OC
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