UNIÃO EUROPEIA projeto europeu
UNIÃO EUROPEIA projeto europeu
Papa sublinha importância de preservar «projeto europeu»
Jan 9, 2020 - 11:52
Francisco defende construção de
pontes de solidariedade, para derrubar «barreiras do ódio»
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O Papa afirmou hoje – 9 jneiro 2020 - no Vaticano a importância de
preservar o “projeto europeu” que permitiu a recuperação da paz, após a II
Guerra Mundial, num encontro com os membros do corpo diplomático acreditados
junto da Santa Sé.
“O projeto europeu continua a ser uma garantia fundamental de
desenvolvimento para quem faz parte dele há algum tempo e uma oportunidade de
paz, depois de turbulentos conflitos”, indicou Francisco, na sala régia do
Palácio Apostólico.
Numa intervenção com cerca de 50 minutos, o Papa deixou votos de que a
Europa não perca o “sentido de solidariedade” que a carateriza e promova uma
“construção inclusiva”,
O primeiro pontífice latino-americano na história da Igreja Católica
apontou a Europa como “exemplo de hospitalidade e equidade social”.
O Papa evocou depois o 30.º aniversário da queda do Muro de Berlim,
sinal “emblemático duma cultura da divisão”, que afasta as pessoas e abre
caminho ao “extremismo e à violência”.
Vemo-lo cada vez mais na linguagem de
ódio amplamente usada na internet e nos meios de comunicação social. Às
barreiras do ódio, preferimos as pontes da reconciliação e da solidariedade”.
Francisco convidou a manter as intuições dos “pais fundadores da Europa
moderna”, com valores de referência promovem a coesão, num processo “frágil”.
A intervenção usou a imagem do incêndio da Catedral de Notre Dame, em
Paris, para sublinhar como pode ser “fácil destruir até o que parece sólido”,
pedindo a conservação dos “valores históricos e culturais da Europa e das
raízes nas quais a mesma se fundamenta”.
A intervenção evocou alguns dos conflitos que persistem no Velho
Continente, como
situações relativas aos Balcãs ocidentais e ao Cáucaso meridional,
nomeadamente a Geórgia, além do Chipre.
O Papa falou também das crises na América, com “graves consequências
socioeconómicas e humanas”, lembrando especialmente a Venezuela para pedir “uma
cultura do diálogo em prol do bem comum” e o respeito pelo estado de direito,
“a fim de prevenir deslizes antidemocráticos, populistas e extremistas”.
O discurso encerrou-se com uma saudação às
mulheres, 25 anos depois da IV Conferência Mundial das Nações Unidas sobre a
Mulher, realizada em Pequim.
“Que em todo o mundo se reconheça cada vez mais o precioso papel das
mulheres na sociedade e cessem todas as formas de injustiça, desigualdade e
violência contra elas”, disse Francisco.
A Santa Sé tem relações
diplomáticas com mais de 180 nações – entre as exceções estão países como a
Coreia do Norte, a China e a Arabia Saudita–, além de outras instituições
internacionais, como a Soberana Ordem Militar de Malta e a União Europeia.
As relações entre a República Portuguesa e Santa Sé são atualmente
reguladas pela Concordata assinada em maio de 2004.
OC
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