PAZ PARA TODOS/Funchal
PAZ PARA TODOS/Funchal
Bispo do Funchal presidiu à
Solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus na Sé
Neste
dia em que a Igreja assinala também o Dia Mundial da Paz, D. Nuno apelou a que
“deixemos que Jesus semeie a Paz em nós, o único caminho digno do ser
humano”
2 Janeiro, 2020
O bispo do Funchal presidiu
esta quarta-feira, dia 1 de janeiro, na Sé do Funchal, à celebração da
Solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus. No início de um novo ano, a Igreja
celebra esta que é a festa Mariana mais antiga que se conhece no
ocidente. Além disso, neste dia 1 de janeiro a Igreja celebra ainda o Dia
Mundial da Paz, que vem já do tempo do Papa Paulo VI.
Foi à volta destes
dois temas que se centrou toda a homilia de D. Nuno Brás, que começou
por dizer que “parecendo que se trata apenas de um louvor à Mãe de Deus”, o que
por si só já não seria pouco, “a solenidade de hoje é essencialmente uma
afirmação de fé acerca do próprio Jesus, quer dizer, do Menino nascido no
presépio de Belém”. Aquele que não pode, explicou “ser considerado apenas como
homem que Deus teria adotado como Seu filho”, o que faria Dele “apenas um homem
mais extraordinário que os demais” e nunca “o Deus Salvador”. Mas que também
não pode ser apenas aquele Homem da Nazaré através do qual “Deus aparece, mas
sem assumir a verdadeira natureza humana”. Se assim fosse, voltava a estar em
perigo a Salvação, porque “aquilo que não foi assumido, não pode ser redimido”.
Coube ao Concílio de
Éfeso, realizado no ano 431, “afirmar que Maria é a Mãe de Deus” e que “dela o
Verbo recebeu verdadeira carne, natureza humana”, tonando-se assim “verdadeiro
Deus e Verdadeiro Homem”.
Neste contexto, prosseguiu o
prelado, “Maria convida-nos a olhar para o presépio e a reconhecer naquele
Menino, que é de verdade Seu filho, o Deus feito homem verdadeiro”. Coube assim
à Virgem maria “a sublime missão lhe oferecer a natureza humana, a carne
humana, que O fez um de nós”, em tudo igual “exceto no pecado”. Apenas deste
modo “é garantida a nossa salvação”. Mas esta condição implica igualmente que
“nada de quanto é verdadeiramente humano” é, de agora em diante, “estranho a
Deus”. Antes pelo contrário. “Tudo o que é humano interessa à fé, interessa a
nós cristãos”.
O único caminho digno
No que concerne ao 53º Dia Mundial
da Paz, D. Nuno explicou que este é um dia que “oferece o mote para os demais”.
Um dia em que “somos convidados pelo Santo Padre a realizar e a sermos fonte de
Paz para toda a humanidade.
Aludindo à mensagem do Papa
Francisco para este dia, lembrou que “a Paz é caminho de esperança”. E,
prosseguiu, “podemos ainda esperar um mundo de Paz”. A Paz que, diz o Papa, se
“alcança no mais fundo do coração humano”. A vontade política, diz o pontífice
citado por D. Nuno, “deve ser incessantemente revigorada para abrir novos
processos que reconciliem e unam pessoas e comunidades”, na busca pela Paz.
Quando “deixamos que a Paz,
que é dom de Deus, converta o nosso coração e desse modo converta o nosso ser,
o nosso agir e o nosso viver, podemos e devemos esperar a Paz para nós e para
quantos nos rodeiam, podemos e devemos esperar a Paz para o mundo inteiro, como
realidade que já experimentamos e da qual queremos fazer com que todos
participem”, disse o bispo diocesano.
“O mundo, disse ainda o Papa,
não precisa de palavras vazias, mas de testemunhas convictas”, que convivem na
casa comum com as próprias diversidades, celebrando e respeitando a vida
recebida e partilhada e tendo atenção “modelos de sociedade que favoreçam o
desabrochar e a permanência da vida no futuro e o bem comum de toda a família
humana”. Dito de outra forma, “daqui surge a conversão ecológica” que, segundo
o Papa, “deve ser entendida de forma integral, como uma transformação das
relações que mantemos com as nossas irmãs e irmãos e com os outros seres vivos,
com a criação, na sua riquíssima variedade, e com o criador que é a origem de
toda a vida”.
Para o cristão, disse o
prelado, “uma tal conversão exige deixar emergir, nas relações com o mundo que
o rodeia, todas as consequências do encontro com Jesus.” Percebendo que “é
Jesus de Nazaré, Deus e Homem verdadeiro, que se torna próximo de todos e de
cada um”, D. Nuno apelou a que “deixemos que em nós Jesus semeie a Paz, o único
caminho verdadeiramente digno do ser humano que queremos percorrer ao longo de
todo este ano de 2020.”
Por fim, dirigindo-se aos
muitos fiéis, sacerdotes, seminaristas que participavam nesta celebração, mas
também a todos os que o escutavam através do PEF, D. Nuno a todos desejou um
feliz ano de 2020.
Comentários
Enviar um comentário