NIGÉRIA perseguição Um «genocídio» feroz silenciado
NIGÉRIA perseguição
Um «genocídio» feroz silenciado
Uma fação nigeriana do grupo jihadista Estado
Islâmico assinalou o Natal 2019 com a divulgação de um vídeo, durante o qual 11
homens são executados, um a tiro e os restantes decapitados. Um homem, de cara
tapada, afirmou que se tratava de cristãos e a intenção das mortes era "uma mensagem para os cristãos do
mundo inteiro".
O grupo nigeriano responsável pelas mortes será proveniente de uma cisão no
grupo islamista nigeriano Boko Haram, que mudou de campo e assumiu o nome
Província da África Ocidental do Estado Islâmico, ISWAP na sigla em inglês.
O vídeo, gravado "nas últimas semanas", foi produzido e publicado dia 26
de dezembro à noite, pela agência Amaq, o organismo de propaganda do EI.
Os cristãos foram executados para vingar a morte do
líder do grupo, Abu Bakr al-Bagdhadi, e do seu porta-voz, Abul-Hasan Al-Muhajir, numa operação norte-americana
na Síria.
A operação dos EUA, que resultou na morte dos dois líderes, ocorreu em
outubro de 2019. Quase dois meses depois, a 22 de dezembro, o EI proclamou uma
nova campanha militante para "vingar" as suas mortes. Desde então
ocorreram uma série de ataques em vários países.
Em África um dos principais alvos são as comunidades
cristãs, procurando conversões forçadas ao islamismo e executando quem se
recusa.
Papa condena perseguição brutal na Nigéria |
Na sua mensagem de Natal, o Papa Francisco denunciou
estes ataques. O Papa
Francisco desejou "conforto àqueles que são perseguidos pela sua fé
religiosa, especialmente missionários e membros dos fiéis que foram raptados, e
às vítimas dos ataques de grupos extremistas, particularmente no Burkina Faso,
Mali, Níger e Nigéria".
O vídeo gravado "nas últimas semanas" numa
localidade do Estado de Borno, no nordeste nigeriano, foi produzido e publicado dia 26
de dezembro à noite, pela agência Amaq, o organismo de propaganda do Estado
Islâmico.
De acordo com a mensagem do vídeo, os cristãos foram
executados para vingar a morte do líder do grupo, Abu Bakr al-Bagdhadi, e do seu porta-voz, Abul-Hasan
Al-Muhajir, numa operação norte-americana na Síria.
A operação dos EUA, que resultou na morte dos dois líderes, ocorreu em
outubro de 2019. Quase dois meses depois, a 22 de dezembro, o Estado Islâmico
proclamou uma nova campanha militante para "vingar" as suas mortes.
Desde então ocorreram uma série de ataques em vários países.
Em África os principais alvos têm sido as forças
militares e as comunidades cristãs, procurando conversões forçadas ao islamismo
e executando quem se recusa.
Na Nigéria, de acordo com a fundação pontifícia
Ajuda à Igreja que Sofre, os grupos islamitas têm atuado com total impunidade, apesar das promessas do
Presidente, Muhammadu Buhari, de dominar os terroristas.
Nigéria: 11 cristãos assassinados, 1 a tiro e 10 decapitados |
No início de dezembro, a Igreja Católica do país
pediu mais segurança, até
pela aproximação do Natal, um período que está a tornar-se especialmente
difícil para as comunidades cristãs.
O apelo foi infrutífero. Nos últimos cinco dias
houve ataques quase todos os dias. Dia 24 de dezembro, numa ação atribuída ao grupo islamita Boko Haram
a uma aldeia cristã perto de Chibok, foram mortes sete pessoas e um adolescente
foi raptado.
Em 2019, foram sequestrados nove padres no Estado de Enugu, numa prova da
crescente insegurança sentida pelas comunidades. Apenas dois foram libertados
com vida.
Na última década, os islamitas de um dos grupo
armado Boko Haram, espalharam o terror no nordeste na Nigéria e nas regiões vizinhas de Chade, do Níger e dos
Camarões, tentando expulsar as populações cristãs e forçar a criação de um
califado.
De acordo com a ONU, estas ações
terroristas fizeram pelo menos 36 mil mortos e provocaram dois milhões de
deslocados. Só em 2018, segundo a AIS, foram mortos cerca de 3700 cristãos na
Nigéria.
De acordo com a AIS, os grupos islamitas têm atuado
com total impunidade, apesar
das promessas do Presidente, Muhammadu Buhari, de dominar os terroristas.
O Bispo de Dori, D.
Laurent Birfuoré Dabiré, denunciou os massacres de cristãos por parte destes
grupos, que actuam com apoio do exterior e que, segundo ele, "estão melhor
armados e equipados" do que os elementos do exército nacional.
"Se o mundo continuar a não fazer nada, o resultado será a eliminação
da presença cristã", alertou o prelado.
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