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Diálogo e confiança
Numa mensagem à conferência da
Onu o Papa recomendou diálogo e confiança entre os Estados para a eliminação
das armas nucleares -Não a um equilíbrio baseado no medo
2017-03-28
L’Osservatore Romano
A
supressão dos arsenais nucleares no mundo não é só «um desafio» mas «um
imperativo moral e humanitário», afirmou o Papa na mensagem enviada aos
participantes na conferência da Onu finalizada a negociar um instrumento
juridicamente vinculante sobre a proibição das armas nucleares que leve à sua
total eliminação. « O destino partilhado da humanidade exige que se fortaleça,
com realismo, o diálogo e que se construam e se consolidem mecanismos de
confiança e de cooperação, capazes de criar as condições para um mundo sem
armas nucleares», escreveu Francisco no texto lido por monsenhor Antoine
Camilleri, subsecretário para as Relações com os Estados, durante a primeira
parte dos trabalhos, que decorrem em Nova Iorque de 27 a 31 de março. De facto,
segundo o Pontífice não pode ser considerado «sustentável um equilíbrio baseado
no medo», porque «com efeito, tende a aumentar o medo e a ameaçar as relações
de confiança entre os povos».
Na
realidade, a resposta da dissuasão nuclear parece totalmente inadequada para
enfrentar ameaças como o «terrorismo, os conflitos assimétricos, a segurança
informática, as problemáticas ambientais, a pobreza». Além disso, estes
fenómenos «assumem ainda mais consistência quando consideramos as catastróficas
consequências humanitárias e ambientais que derivam de qualquer utilização das
armas nucleares com efeitos devastadores indiscriminados e incontroláveis». Sem
contar o «desperdício de recursos em armas nucleares com finalidades
militares», que – recordou o Papa – poderiam «ao contrário ser utilizados em
prioridades mais significativas, como a promoção da paz e do desenvolvimento
humano integral, assim como na luta contra a pobreza e a atuação da Agenda 2030
para o desenvolvimento sustentável».
Na
mensagem o Pontífice reafirmou a necessidade de construir a paz «com base na
justiça, no desenvolvimento humano integral, no respeito dos direitos humanos
fundamentais, no cuidado da criação, na participação de todos na vida pública,
na confiança entre os povos, na promoção de instituições pacíficas, no acesso à
educação e à saúde, no diálogo e na solidariedade». Portanto, é preciso «ir
além da dissuasão nuclear», com a consciência de que a resposta deve ser
«coletiva e concertada, baseada na confiança recíproca» e na participação «mais
inclusiva possível», evitando «as formas de recriminação recíproca e de
polarização que impedem o diálogo em vez de o encorajar».
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