PORTUGAL Mais de três mil menores foram dados como desaparecidos em 2016
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Mais de três mil menores foram dados como desaparecidos em 2016
Quase todas a semanas o
desaparecimento de um menor chega às notícias. Fuga ou rapto parental são os
principais motivos.
© iStock PAÍS APCD 05.03.2017 POR CAROLINA RICO
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No último ano registaram-se
3.058 participações de desaparecimento de menores em Portugal. São números
apresentados à Associação Portuguesa de Crianças Desaparecidas (APCD) por fonte
policial.
Entre os casos reportados, 182
referem-se a crianças dos zero aos 12 anos e os restantes 2.876 a jovens da
faixa etária entre os 13 e os 17 anos.
Dados que apenas podem servir
de indicador para o número anual, uma vez que não existe em Portugal uma base
de dados única para todas as entidades que recebem participações de
desaparecimento.
A maioria das participações
feitas às polícias é de adolescentes que fogem de casa ou das instituições,
conta ao Notícias ao Minuto a presidente da APCD, Patrícia Cipriano.
Já os desaparecimentos de
crianças até aos 12 anos de idade têm na sua maioria como causa o rapto
parental associado a conflitos sobre o exercício das responsabilidades
parentais pós-separação do casal.
O preceito legal criminaliza
não só o ato de raptar um menor, levando-o para outro país sem conhecimento de
um dos progenitores, como também o ato de, deliberadamente, impedir ou
dificultar os contratos parentais. É punido com pena de prisão até dois anos ou
multa até 240 dias.
Como agir perante o desaparecimento
de uma criança?
É errada a ideia de que é
preciso esperar 48 horas antes de alertar as autoridades para um
desaparecimento.
De acordo com a Lei de
Proteção de Crianças e Jovens, o desaparecimento inscreve-se numa situação de
urgência pelo que não há motivo para aguardar tempo algum para dar início às
buscas.
Diz a APCD que a participação
deve ser feita imediatamente após se terem frustrado as tentativas de
localização com base nas rotinas do menor (horários cumpridos e locais que
frequentados).
Comece de imediato à procura
do menor, pedindo ajuda a familiares, amigos, vizinhos e até transeuntes, a
quem pode apresentar uma descrição da criança ou uma fotografia.
Contacte as Forças de
Segurança locais (PSP ou GNR) e seguidamente o Número Europeu para Participação
de Desaparecimento de Crianças ( 116 000 - SOS Criança Desaparecida) de com
atendimento em dias úteis das 9h às 19h.
Um apoio sempre presente
Sabia que a linha de Saúde 24
(808 24 24 24) também presta apoio 24 horas a familiares de crianças desaparecidas?
Ao mesmo se compromete a APCD através dos números (232 724 647/8).
Além de ajuda psicológica, a
APCD presta também apoio jurídico, esclarece Patrícia Cipriano. Emitindo
pareceres, trabalhando com os advogados, encetando contactos com associações congéneres,
promovendo a mediação familiar internacional, instruindo processos de retorno
ao abrigo da Convenção de Haia.
Em especial no caso de rapto
parental, o assunto tem de ser tratado com urgência com recurso a apoio
judicial. No entanto, “muitas vezes isso não acontece e as crianças são as
maiores vítimas”, lamenta a presidente da APCD.
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