VATICANO Quaresma: Papa condena tentativas de «banalizar a vida»
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Quaresma: Papa condena tentativas de «banalizar a vida»
01 de Março de 2017, às 16:19
Francisco presidiu à celebração da Quarta-feira de Cinzas, em Roma |
Roma, 01 mar 2017 (Ecclesia) - O Papa Francisco alertou para
as tentativas de “banalizar a vida” e para as consequências da “indiferença”
perante quem sofre, falando durante a celebração de Quarta-feira de Cinzas, em
Roma.
“A Quaresma é o tempo para dizer não: não à asfixia do
espírito pela poluição causada pela indiferença, pela negligência de pensar que
a vida do outro não me diz respeito; por toda a tentativa de banalizar a vida,
especialmente a daqueles que carregam na sua própria carne o peso de tanta superficialidade”,
sublinhou, na homilia da Missa a que presidiu na Basílica de Santa Sabina.
A celebração foi antecedida por uma “procissão penitencial”
desde a igreja de Santo Anselmo, no Aventino, onde o Papa se deslocou, desde o
Vaticano, para um momento de oração, acompanhado por cardeais, bispos, os
monges beneditinos desta igreja e os padres dominicanos de Santa Sabina.
Francisco falou do tempo de preparação para a Páscoa, que os
católicos assinalam hoje em todo o mundo, como “um caminho” que leva “à vitória
da misericórdia” sobre tudo o que procura “esmagar” ou “reduzir” o ser humano a
algo que “não corresponda à dignidade de filhos de Deus”.
“A Quaresma é a estrada da escravidão à liberdade, do
sofrimento à alegria, da morte à vida”, sustentou.
A intervenção sublinhou o simbolismo do gesto das cinzas,
que também foram impostas sobre o Papa.
“Fomos tirados da terra, somos feitos de pó. Sim, mas pó nas
mãos amorosas de Deus, que soprou o seu espírito de vida sobre cada um de nós e
quer continuar a fazê-lo”, observou Francisco.
Segundo o Papa, este sopro de vida contrapõe-se à “asfixia”
do egoísmo, das “ambições mesquinhas e silenciosas indiferenças”, ao “ar
sufocante de pânico e hostilidade”.
“Viver a Quaresma é ansiar por este sopro de vida que o
nosso Pai não cessa de nos oferecer na lama da nossa história”, acrescentou.
A homilia alertou ainda para correntes de espiritualidade
que reduzem a fé a “culturas de gueto e exclusão”.
“A Quaresma significa não à poluição intoxicante das
palavras vazias e sem sentido, da crítica grosseira e superficial, das análises
simplistas que não conseguem abraçar a complexidade dos problemas humanos,
especialmente os problemas de quem mais sofre”, prosseguiu.
Francisco convidou os crentes a não “rasgar as vestes frente
ao mal” que os rodeia, mas, sobretudo, a dar espaço a “todo o bem” que possam
realizar, despojando-se daquilo que “isola, fecha e paralisa”.
A Quaresma, iniciada hoje, é um período de 40 dias marcado
por apelos ao jejum, partilha e penitência, que serve de preparação para a
Páscoa, a principal festa do calendário cristão.
OC
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