VATICANO Papa visita Egito entre 28 e 29 de abril
Papa Francisco e o xeque Ahmed Mohamed el-Tayyib 18ª viagem internacional do pontificado decorre a convite do presidente e de autoridades cristãs e muçulmanas |
Cidade do Vaticano, 18 mar 2017 (Ecclesia) – O Vaticano anunciou hoje em comunicado que o Papa Francisco vai visitar o Egito, de 28 a 29 de abril, naquela que será a 18ª viagem internacional do atual pontificado. A viagem à cidade do Cairo acontece “a convite do presidente da República” do Egito, Abdel Fattah al-Sisi, “dos bispos da Igreja Católica, de sua santidade Papa Tawadros II [Igreja Copta Ortodoxa] e do grande imã da Mesquita de Al Azhar, xeque Ahmed Mohamed el-Tayyib”, refere uma nota assinada pelo diretor da sala de imprensa da Santa Sé, Greg Burke.
A primeira
deslocação de Francisco ao estrangeiro, em 2017, antecede assim a visita a
Fátima, para as celebrações do Centenário das Aparições, a 12 e 13 de maio.
O programa da
visita, acrescenta a nota do Vaticano, vai ser publicado
"proximamente".
A viagem ao Egito
acontece num momento em que se registam melhorias na relação entre a Santa Sé e
a Universidade Al-Azhar, instituição religiosa mais prestigiada do Islão
sunita, sediada no Cairo.
A 23 de maio de
2016, o Papa recebeu no Vaticano o grande imã de al-Azhar (Egito), Ahmad
Al-Tayyeb, num encontro em que que os dois responsáveis sublinharam “o grande
significado deste novo encontro” no quadro do diálogo entre a Igreja Católica e
o Islão”.
“Falaram
principalmente sobre o tema do compromisso comum das autoridades e dos fiéis
das grandes religiões pela paz no mundo, da recusa da violência e do
terrorismo”, adiantou então a Santa Sé.
Em cima da mesa
esteve ainda a situações dos cristãos “no contexto dos conflitos e das tensões
no Médio Oriente” e a necessidade de promover a sua “proteção”.
O encontro
inédito durou cerca de 30 minutos e encerrou-se com um abraço entre os dois
responsáveis.
Em 2011, a
instituição sunita tinha anunciado a suspensão dos encontros com o Vaticano
após o que classificaram de “ataques” de Bento XVI contra o Islão.
Em causa estava a
condenação pública, por parte do agora Papa emérito, de um atentado que vitimou
23 cristãos na cidade egípcia de Alexandria, a 1 de janeiro desse ano, para
além das suas várias intervenções em favor da liberdade religiosa em países de
maioria islâmica.
Já no último dia
25 de fevereiro, a Universidade sunita de Al-Azhar, do Cairo,e o Conselho
Pontifício para o Diálogo Inter-religioso, da Santa Sé, estiveram reunidos no
Egito para debater formas conjuntas de combater o terrorismo e o
fundamentalismo.
O comunicado
final do encontro desta semana, na capital egípcia, convida católicos e
muçulmanos a “rejeitar toda forma de fanatismo, extremismo e violência em nome
da religião”.
O encontro teve
como tema ‘O papel de al-Azhar al-Sharif e do Vaticano no combate aos fenómenos
de fanatismo, extremismo e violência em nome da religião’.
A 12 de dezembro
de 2016, o Papa telefonou ao patriarca da Igreja copta-ortodoxa, Tawadros II,
para manifestar-lhe o seu pesar pelo atentado que teve lugar junto da Catedral
de São Marcos, no Cairo, Egito.
Segundo o diretor
da Sala de Imprensa da Santa Sé, Francisco deixou uma palavra de solidariedade
ao patriarca e à comunidade copta atingida pelo ataque, que provocou mais de 20
mortes e dezenas de feridos, incluindo muitas mulheres e crianças.
A 17 de fevereiro
de 2015, o Papa Francisco celebrou Missa na capela da Casa de Santa Marta, no
Vaticano, pelos 21 cristãos coptas que foram assassinados na Líbia por
jihadistas do autoproclamado ‘Estado Islâmico’.
Em maio de 2013,
pouco menos de dois meses após o início do atual pontificado, Francisco e
Tawadros II, reuniram-se no Vaticano e rezaram junto ao túmulo de São Pedro, o
que aconteceu pela primeira vez desde a assinatura da declaração comum entre o
Papa Paulo VI e o patriarca Shenouda III, em 1973. OC | ECCLESIA
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