PORTUGAL VISEU: Diocese revitaliza quinta do antigo Seminário Menor para «dar trabalho e sustento às pessoas»
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VISEU: Diocese revitaliza quinta do antigo Seminário Menor
para «dar trabalho e sustento às pessoas»
Fev 7, 2018 - 13:41
D. Ilídio Leandro destaca
testemunho de empreendedorismo social que a Igreja Católica é chamada a dar
Foto: Diocese de Viseu |
A Diocese de
Viseu colocou em marcha na quinta do Seminário Menor, em Fornos de Algodres, um
projeto que pretende transformar um espaço desativado há vários anos num polo
de produção agrícola e de criação de emprego para as populações.
D. Ilídio Leandro, bispo de Viseu, foi ao terreno e pôs mãos
à obra, ajudando os trabalhadores na plantação de novas árvores de fruto,
destaca para a Agência ECCLESIA o empenho da diocese em “valorizar” estruturas
que tem estado “sem atividade” desde que os últimos alunos deixaram o Seminário
Menor, há cerca de 11 anos.
Desde essa altura, recorda o responsável católico, tem-se
procurado dar um destino novo aos vários espaços – “quinta, casa e Seminário” –
que ali se encontram, “mas não apareceram compradores”,
Mais recentemente, decidiu-se avançar com este projeto de
reconfiguração dos terrenos da quinta, de modo a que ela “possa
rentabilizar-se, dar emprego e tornar-se espaço de visita, de trabalho, de
cooperação”, salienta D. Ilídio Leandro, que realça o “testemunho e o sinal” de
empreendedorismo social “que a Igreja Católica é chamada a dar”.
“Ainda que não haja lucro nenhum para a diocese, o facto de
se dar trabalho e sustento às pessoas e suas famílias, e de se ter a quinta a
rentabilizar-se aqui para a vila e concelho de Fornos de Algodres, para mim é
um lucro fundamental”, frisa o bispo de Viseu.
No terreno, os trabalhos estão já numa fase bastante
adiantada, com destaque para a plantação de cerca de 23 mil macieiras.
O vigário-geral da Diocese de Viseu, padre Armando
Domingues, que tem acompanhado mais de perto todo este processo, admite que
este projeto, ainda que “comparticipado através de um subsídio”, está a
representar um esforço financeiro “significativo” para a diocese.
No entanto, o sacerdote sublinha que em primeiro lugar está
“a responsabilidade social de ter uma propriedade e de não a deixar morrer ou
ser invadida pelas silvas e pelo mato, como estava a acontecer”.
a partir desta mesma premissa, procura-se contribuir para
uma região, neste caso “um concelho, uma vila de Fornos de Algodres que tem
muito pouco emprego”.
“Transformar este espaço em pomar possibilita tudo isso,
valorizar a quinta, dar emprego e até formação para as pessoas. O que neste
contexto é sempre uma mais-valia para todos”, sustenta aquele responsável.
Atualmente, estão envolvidos na fase de plantação oito
trabalhadores da cooperativa agrícola de Fornos de Algodres, acompanhados por
um elemento da diocese e um engenheiro, e está também um grupo a receber
formação através da mesma instituição.
No entanto, o nível de empregabilidade irá subir com a
chegada dos momentos altos do ciclo agrícola, como “a poda, a apanha e a cura”.
“Haverá sempre alguém a trabalhar ali a tempo inteiro, com
tendência para evoluir. Esta fase envolveu a preparação, também com a colocação
dos sistemas de rega, de tanques, de todas as infraestruturas necessárias, e
foi trabalhando quem era necessário”, explica o padre Armando Domingues.
A autarquia local, através do presidente Manuel Fonseca, já
foi à quinta acompanhar os trabalhos e mostrou o seu “contentamento” pela
aposta neste projeto.
A Diocese de Viseu quer dar continuidade à valorização de
espaços e estruturas que perderam o seu propósito inicial, como é o caso do
Seminário Menor, que acolhia alunos até ao 9.º ano; devido à escassez de
vocações sacerdotais na região, esta casa de formação foi colocada à venda.
Atualmente a preparação dos futuros sacerdotes da Diocese de
Viseu é feita no Seminário Interdiocesano de São José, em Braga, que reúne
também alunos de outras regiões, como Guarda, Lamego, Bragança e Miranda do
Douro. JCP | Ecclesia
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