VATICANO LIBERDADE RELIGIOSA: «Luta pela afirmação da liberdade religiosa está longe de ser vencida»
VATICANO
LIBERDADE RELIGIOSA: «Luta pela afirmação da liberdade
religiosa está longe de ser vencida»
Fev 1, 2018 - 11:07
Responsável da Santa Sé frisa
que está em causa mais do que a defesa dos cristãos a preservação da
«humanidade»
O prefeito da Congregação para as Igrejas
Orientais, da Santa Sé, disse que a luta da Igreja Católica pelo direito à
liberdade religiosa não é apenas pelos cristãos mas uma luta pela “humanidade”
e por todas as religiões.
Segundo o portal
Vatican News, D. Leonardo Sandri abordou esta questão esta quarta-feira durante
um encontro dedicado a este tema na Pontifícia Universidade Gregoriana, em
Roma.
O cardeal argentino
frisou que em causa não estão apenas “os muitos cristãos” que hoje são “alvo de
perseguição” em todo o mundo, mas trata-se de defender o direito a cada ser
humano professar livremente o seu credo, convicção “que tem a sua raiz no
Evangelho”.
“A luta pela
afirmação da liberdade religiosa está longe de ser vencida”, apontou aquele
responsável.
Atualmente os
cristãos são considerados como a comunidade religiosa mais oprimida do mundo,
mas existem vários grupos religiosos e credos que têm de viver a sua fé em
contexto de violência, de discriminação e mesmo de morte.
Tratam-se sobretudo
de minorias inseridas em países onde o Estado ou a religião predominante é
pouco tolerante perante a diferença, ou em nações marcadas pelo extremismo e
fundamentalismo.
Para o prefeito da
Congregação para as Igrejas Orientais, “os mártires da liberdade religiosa, de
ontem e de hoje, convidam a viver estes desafios não com espírito de vingança
ou de propaganda política, mas com uma atitude crente”, de acordo com valores
fundamentais como o respeito pelos diferentes credos e a defesa da dignidade
humana.
“Convém recordar que
também para a Igreja Católica a afirmação da liberdade religiosa exigiu um
caminho de uma progressiva consciência, que atravessou vicissitudes alternas”,
apontou o representante da Santa Sé, recordando as “atitudes pouco evangélicas”
que foram praticadas em nome da “preservação do Evangelho”.
O responsável pelo
acompanhamento das Igrejas Orientais, para o Vaticano, salientou a necessidade
de “testemunhas credíveis” para o reforço deste caminho de respeito pela
liberdade religiosa de cada um.
O cardeal apontou a
declaração ‘Dignitatis Humanae’, saída do Concílio Vaticano II, também os
vários pronunciamentos sobre esta matéria, da parte da Secretaria de Estado do
Vaticano e dos representantes da Santa Sé junto das várias Instituições
internacionais, como ferramentas essenciais nesta luta.
“Para que a
disposição atual”, na relação entre as religiões, “seja não de condenação mas
um convite perene a fazer caminho em cada dia”, completou D. Leonardo Sandri. JPC | Ecclesia
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