VATICANO Papa desvaloriza «resistências» ao pontificado e acusações de heresia
VATICANO
Papa desvaloriza
«resistências» ao pontificado e acusações de heresia
Fev 15, 2018 - 12:42
«Civiltà Cattolica» divulga
conversa com jesuítas no Chile e Peru
O Papa Francisco considerou a existência
de “resistências” ao pontificado como algo normal na vida da Igreja e disse
evitar as páginas que o acusam de ser herege, por uma questão de “saúde
mental”.
“Quando me apercebo de resistências, tento dialogar, quando o diálogo é
possível; mas algumas resistências vêm de pessoas que acreditam que têm a
verdadeira doutrina e te acusam de ser herege. Quando nessas pessoas, pelo que
dizem ou escrevem, não encontro bondade espiritual, simplesmente rezo por elas.
Sinto desconforto, mas não me fixo nesse sentimento por uma questão de higiene
mental”, assinalou, numa conversa com jesuítas do Chile.
O encontro à porta fechada aconteceu a 16 de janeiro e as respostas do
Papa aos religiosos foram publicadas hoje, com a sua autorização, pela revista
italiana ‘La Civiltà Cattolica’, da Companhia de Jesus.
O pontífice disse mesmo que o surgimento de resistências é “um bom sinal”.
“Caso contrário, o diabo não ficaria preocupado”, observou.
Francisco confessou ficar triste quando alguém se “alista numa campanha de
resistência”, assumindo que existe uma “resistência doutrinária” a ensinamentos
do atual pontificado e do Concílio Vaticano II (1962-1965).
“Eu sei quem eles são, conheço os grupos, mas não os leio, simplesmente,
por causa da minha saúde mental. Se há algo muito sério, sou informado para que
tenha conhecimento. Vocês conhecem-nos… É desagradável, mas temos de seguir em
frente”, declarou.
O Papa disse viver um “período bastante pacífico”, após a eleição
pontifícia em março de 2013.
“É uma paz que eu sinto como um presente puro, um presente puro. As coisas
que não me tiram a paz, mas que me afligem, são as bisbilhotices”, assumiu.
Francisco convidou a reler os documentos do Vaticano II e desafiou os
jesuítas a ajudar a Igreja Católica no trabalho do “discernimento”.
A intervenção abordou as críticas feitas à exortação apostólica ‘Amoris
laetitia’, em particular à questão da possibilidade de acesso à Comunhão de
católicos divorciados em nova união.
O Papa convida a superar uma “forma mental” de fazer Teologia “com base no
limite”, do que se “pode ou não fazer”.
“A Amoris Laetitia segue uma direção completamente diferente, não entra
nessas distinções e coloca o problema do discernimentoVATICANO
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. O que já estava na base
da moral tomista, clássica, grande, verdadeira”, precisa. OC|Ecclesia
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