SÍRIA Religiosa portuguesa confirma ataques contra bairros cristãos em Damasco
SÍRIA
Religiosa portuguesa confirma ataques contra bairros
cristãos em Damasco
Fev 14, 2018 - 15:58
«Não se pode esquecer a Síria»,
alerta por sua vez núncio apostólico
A irmã Myri, monja
contemplativa na Síria, denunciou que persiste o “clima de guerra” na região da
capital Damasco, “com ataques frequentes contra a comunidade cristã”, em
declarações à fundação pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (AIS).
“A situação na
região de Damasco não é muito boa, pois o governo tem procurado avançar sobre
as áreas ainda sob o controlo do ISIS (autoproclamado ‘Estado Islâmico’) ou de
outras milícias”, relatou a irmã Myri.
Em informação
enviada hoje à Agência ECCLESIA, a monja portuguesa especifica que os combates
“incidem sobre bairros habitados por cristãos” na região da capital síria e são
o resultado do esforço do exército libertar a região de milícias armadas.
“Os jihadistas
lançam roquetes, e bombardeamentos sobre os vários bairros. Muitas vezes
provocam mártires, mas, de vez em quando, há milagres”, assinala.
A religiosa dá
conta de registo de ataques, pelo menos, nos bairros de Jobar, Al Midan,
Jaramana, Dwel’a e Bap tuma.
A irmã Myri
pertence à Congregação das Monjas da Unidade de Antioquia e vive no Mosteiro de
São Tiago Mutilado, em Qara, perto da fronteira com o Líbano, a 90 quilómetros
de Damasco.
Maria de Lúcia
Ferreira é o nome de batismo da religiosa portuguesa que vai fazer 38 anos em
maio e é proveniente da paróquia do Milharado, na Vigararia de Mafra,
Patriarcado de Lisboa.
A Fundação AIS dá
conta que as declarações da monja portuguesa surgem na mesma altura das do
núncio apostólico em Damasco, ao jornal L’Osservatore Romano, que relatou um
“campo de batalha”.
“Nestes últimos
dias, é preciso estar atento inclusivamente para se sair de casa”, revelou o
cardeal Mario Zenari, dando conta de muitos pais que “decidiram já não mandar
as crianças para a escola”.
“As pessoas
sobrevivem cozinhando sopas feitas com as folhas das árvores, de ervas. É
impressionante. Além das bombas e dos disparos, as pessoas não têm o que comer.
As imagens são aterrorizadoreas. Cerca de 70% da população síria vive em
condições de extrema pobreza”, desenvolveu.
A AIS recorda que o
Papa Francisco incluiu “a amada Síria” na jornada de oração e jejum do próximo
dia 23 de fevereiro, juntamente com a República Democrática do Congo e o Sudão
do Sul.
“Os esforços
diplomáticos das Nações Unidas na busca de acordos devem ser amparados. O mundo
não deve esquecer este sofrimento. Um sofrimento que atinge sobretudo os civis
e, de modo especial, as crianças”, referiu o núncio apostólico em Damasco, divulga a
fundação Ajuda à Igreja que Sofre. OC | Ecclesia
Comentários
Enviar um comentário