VIDA Vive mais quem se apaixona, viaja, lê, ouve música
VIDA
Vive mais quem se apaixona, viaja, lê, ouve música
«Morre lentamente quem destrói o amor-próprio,/ quem não se
deixa ajudar;/ quem passa os dias a lamentar-se/ da sua desventura ou da chuva
incessante./
Lentamente morre quem abandona um projeto/ antes de o
iniciar,/ quem não faz perguntas/ sobre temas que não conhece,/ que não
responde/ quando lhe perguntam alguma coisa que conhece./
Evitemos a morte em pequenas doses,/ recordando sempre que
estar vivo/ exige um esforço/ muito maior/ do que o simples facto de respirar.»
No “Macbeth” de Shakespeare fala-se de pessoas que vivem
como sombras que andam. Infelizmente não é raro que a morte chegue antes da
biológica e se apodere da alma de um homem ou de uma mulher dados como vivos
mas que estão espiritualmente acabados.
Qohélet, o ácido sábio bíblico, fala acremente dos «dias
maus» e «anos» dos quais se dirá «não sinto neles prazer algum» (Eclesiastes
12, 1). Quantas pessoas se levantam de manhã e, diante das horas que têm a
viver, repetem esta ideia porque a sua existência passou a ser vazia.
Para prevenir esta doença terrível, que conduz à morte da
alma, antes que seja demasiado tarde, ajudam-nos aqueles versos da poetisa
brasileira Martha Medeiros (n. 1961).
Quem começa a deixar de amar, quem recusa uma ajuda ou o
diálogo, quem se dobra sobre a sua infelicidade, quem deixou de ter interesses
e elimina todo o compromisso, começa inexoravelmente a percorrer esse caminho
em declive.
Continua Martha Medeiros: «Morre lentamente quem já não se
apaixona, quem prefere o negro sobre o branco e os pontos sobre os “is”, que
evita as emoções que fazem bater o coração. Morre lentamente quem não viaja, quem
não lê, quem não escuta música, quem não encontra graça em si mesmo».
P. (Card.) Gianfranco Ravasi
In Avvenire
Trad. / edição: SNPC
Imagem: Kroshanosha/Bigstock.com
Publicado em 15.01.2018
Corrigido em 15.01.2018 (poema erradamente atribuído a Pablo Neruda)
Trad. / edição: SNPC
Imagem: Kroshanosha/Bigstock.com
Publicado em 15.01.2018
Corrigido em 15.01.2018 (poema erradamente atribuído a Pablo Neruda)
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