IRAQUE/ revolta e medo


IRAQUE/ revolta e medo
Manifestações no Iraque criaram “clima de revolta e medo”, alerta ONU
BR
Unami
As manifestações das últimas semanas em Bagdá e outras províncias do Iraque estão sendo acompanhadas pela Unami.
    
11 novembro 2019
Missão das Nações Unidas no país propõe medidas para acabar com situação; representação receia aumento de risco de perturbações e falta de mudanças.
A Missão das Nações Unidas no Iraque, Unami, defende que várias medidas podem acabar com as atuais manifestações no país alertando que “se instalou um clima de raiva e medo”.
A missão política pede “contenção máxima na forma como se vem lidando com os protestos, incluindo o uso de munição real”. Uma nota publicada no domingo condena o uso impróprio de dispositivos não letais como cartuchos de gás lacrimogêneo durante as manifestações que acontecem há mais de 40 dias.



Durante as manifestações, mais de 90 edifícios foram queimados no Iraque. Foto: Unami
Identidade
A Unami também quer a libertação de manifestantes detidos e que sejam investigados sequestros de ativistas e médicos, com a “divulgação dos nomes dos responsáveis” por esses atos.
Agências de notícias estimam que pelo menos 260 pessoas tenham morrido nos protestos que começaram em outubro. As manifestações das últimas semanas em Bagdá e outras províncias do Iraque estão sendo acompanhadas pela Unami.
Entre as causas estão a situação econômica, emprego, serviços públicos confiáveis, governança, fim da corrupção, eleições credíveis e reforma mais ampla do sistema político, incluindo emendas à Constituição.
A Unami propõe medidas imediatas, de curto e longo prazos como a responsabilização dos envolvidos na corrupção e a implementação de reformas eleitorais e constitucionais.
Sindicalistas
Para compilar estas sugestões, a Unami teve contatos com autoridades dos vários poderes, dos partidos políticos e de outras partes envolvidas nos protestos no Iraque, incluindo manifestantes e sindicalistas.
A missão da ONU disse que pode ser percebida uma “acumulação de frustrações” dos manifestantes com a falta de progresso nos últimos 16 anos. O aumento de mortes e feridos entre manifestantes e membros das Forças de Segurança do Iraque também piora a situação.
A representação da ONU destaca que o povo iraquiano não pode se dar ao luxo de ficar preso ao passado, aos interesses partidários e que merece avançar.
O comunicado aponta que é preciso entender que a vida mudou no dia a dia com a era digital. A missão chama a atenção para o risco de vândalos tomarem conta das manifestações pacíficas e frustrarem qualquer tentativa de mudança genuína.

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