Japão: Jovens «disponibilizai tempo para os outros»


Japão: «disponibilizai tempo para os outros»
Por P. Armando Soares
   JM-190






O Papa visitou a Universidade Sophia, Tóquio | Foto: Vartican Media

Encontro com os jovens em Tóquio
1. No dia 25, o Papa Francisco encontrou-se com os jovens na Catedral de Santa Maria, na cidade de Tóquio.
Apercebeu-se logo de uma grande diversidade cultural e religiosa, com jovens que vivem no Japão e disse: “A amizade entre vocês e a vossa presença aqui lembram-nos: “Como a família humana precisa de aprender a viver em harmonia e paz, sem necessidade de sermos todos iguais!”. 
 “O medo, continua Francisco, é sempre inimigo do amor e da paz. As grandes religiões ensinam tolerância, harmonia e misericórdia; não ensinam medo, divisão e conflito”. 
O Senhor tem necessidade de vocês para  darem coragem a tantos que pedem uma mão para os ajudar a levantarem-se”. Isso exige desenvolver uma qualidade muito importante: a capacidade de disponibilizar tempo para os outros, para a família, para Deus, rezando e meditando.
 “ A oração consiste principalmente em dar espaço a Deus, que encherá teu coração de paz”. É difícil encontrar Deus numa sociedade frenética, competitiva na qual as pessoas são materialmente ricas, mas são escravas da solidão.
O mundo precisa de vocês
O Papa recordou as palavras de Madre Teresa que trabalhava entre os mais pobres dos pobres: “A solidão e a sensação de não ser amado é a pobreza mais terrível”. E advertiu: “As coisas são importantes, mas as pessoas são indispensáveis; sem elas, desumanizamo-nos, perdemos o rosto, o nome e tornamo-nos mais um objeto”.
Explicou aos jovens como se reza: “Para nos manter vivos fisicamente, temos que respirar” e “para nos manter vivos no sentido mais amplo e pleno da palavra, devemos também aprender a respirar espiritualmente, através da oração e da meditação”. 
Porém… aproximamo-nos dos outros mediante atos de amor e serviço”. Cada um tem uma  missão e seremos  felizes na medida em que nos dermos aos outros, às pessoas, indo ao encontro dos mais necessitados.
“O Japão precisa de vocês, o mundo precisa de vocês, despertos e generosos, alegres e entusiastas, capazes de construir uma casa para todos.

Com os jovens na Universidade Sophia
2. Depois de se despedir da Nunciatura na manhã de 26, o Papa Francisco deslocou-se à Universidade Sophia, em Tóquio, onde celebrou com membros da Companhia de Jesus. Após o café da manhã, seguiu-se o encontro privado e a visita aos sacerdotes idosos e enfermos.
A Universidade Sophia foi fundada pelos jesuítas em 1913, mas sua origem remonta a mais de 450 anos, quando o missionário Francisco Xavier chegou ao Japão, em 1549, com a ideia de difundir o cristianismo e criar uma universidade. 
Este centro de estudos teve início, em 1908, quando três sacerdotes jesuítas chegaram ao Japão para abrir, cinco anos depois, a primeira universidade católica do país.
Dado que as universidades continuam sendo o lugar principal onde se formam os futuros líderes, disse ser preciso que a cultura em toda a sua amplitude inspire todos os aspectos das instituições educacionais.
“Numa sociedade tão competitiva e tecnologicamente orientada, esta Universidade deve ser não só um centro de formação intelectual, mas também um local onde modelar uma sociedade. 
A  Universidade Sophia sempre se distinguiu por uma identidade humanista, cristã e internacional, “… enriquecida com professores provenientes de vários países.
A estima geral pela Igreja Católica
O Papa agradeceu a Deus e a todo o povo japonês pela oportunidade de visitar este país,” que marcou fortemente a vida de São Francisco Xavier e no qual tantos mártires deram testemunho da sua fé cristã. Embora os cristãos sejam uma minoria, sente-se a sua presença ”.
O Papa testemunhou a estima geral pela Igreja Católica, e espera que este respeito mútuo possa aumentar no futuro. “Notei também que, apesar da eficiência e da ordem que a caraterizam, a sociedade japonesa deseja e procura algo mais: um anseio profundo de criar uma sociedade cada vez mais humana, compassiva e misericordiosa”, disse ele.
Frisou que a cultura japonesa se orgulha do seu antigo e rico patrimônio em diversidade de culturas. O Japão conseguiu integrar o pensamento e as religiões da Ásia no seu conjunto e criar uma cultura com identidade específica”.
A casa comum e os pobres
Lembrou que o amor à natureza, tão típico das culturas asiáticas, aqui se devia expressar numa lúcida e previdente preocupação pela proteção da terra, nossa casa comum.
“Os grandes progressos tecnológicos atuais devem ser colocados a serviço duma educação mais humana, justa e ecologicamente responsável”.
O Santo Padre recordou as Preferências Apostólicas Universais que propôs à Companhia de Jesus e o Sínodo sobre os jovens: que “ação no acompanhamento dos jovens” e, “a Igreja universal olha, com esperança e interesse, para os jovens de todo o mundo”. 
 A tradição cristã e humanista da Universidade Sophia está plenamente em linha com outra das Preferências que mencionou: “caminhar com os pobres e os marginalizados do nosso mundo…seguindo a recomendação feita a Paulo por Pedro: “não nos esqueçamos dos pobres”


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