PERSEGUIÇÃO MÉDIO ORIENTE E GER
PERSEGUIÇÃO MÉDIO ORIENTE E
GERAL
Cristãos perseguidos: situação
no Médio Oriente e Ásia agravou-se nos últimos dois anos, revela estudo
A situação dos cristãos
perseguidos em países do Médio Oriente e da Ásia piorou nos últimos dois anos,
revela um estudo publicado esta quinta-feira pela Fundação Ajuda à Igreja que
Sofre. Por João Crespo
12 out 2017, 15:10 15
A situação dos cristãos
perseguidos em países do Médio Oriente e da Ásia deteriorou-se
consideravelmente nos últimos dois anos, revela um estudo publicado esta
quinta-feira pela Fundação Ajuda à Igreja que Sofre. O estudo, que durante dois
anos analisou a situação dos cristãos na Síria, Egipto, Nigéria, Iraque,
Paquistão, Filipinas, Índia, Sudão, China, Coreia do Norte, Turquia, Arábia
Saudita e Eritreia.
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“Em quase todos os países
analisados, a situação dos cristãos deteriorou-se desde 2015, como consequência
da violência e da opressão”, lê-se no resumo das conclusões do estudo, enviado
à imprensa. “A única exceção é a Arábia Saudita, onde a situação já era tão má
que dificilmente conseguiria piorar”, acrescenta o relatório.
As ameaças aos povos cristãos
variam consoante a geografia, detalha a publicação. No Médio Oriente, a
principal preocupação é o Estado Islâmico, que está a provocar um êxodo em
massa de cristãos. “No Iraque, o êxodo dos cristãos é tão grave que uma das
Igrejas mais antigas do mundo está em vias de desaparecer no prazo de três
anos”, lê-se ainda nas conclusões. Na Síria verifica-se a mesma fuga de
cristãos, que “ameaça a sobrevivência do Cristianismo em regiões da Síria,
incluindo Alepo, onde antigamente vivia uma das maiores comunidades cristãs de
todo o Médio Oriente”.
O relatório denuncia ainda que
o Estado Islâmico “e outros grupos militantes islamitas cometeram genocídio na
Síria e no Iraque” e acusa “os governos do Ocidente e a ONU” de não terem
conseguido “oferecer aos cristãos em países como o Iraque e a Síria, a ajuda de
emergência de que precisavam quando o genocídio começou”, destacando que foram
as organizações cristãs a colmatar “essa lacuna”. O mesmo genocídio de cristãos
tem acontecido na Nigéria por parte de elementos do Boko Haram, lê-se no
documento.
Já na Ásia as ameaças surgem
“na sequência de um aumento do nacionalismo religioso”. Na Índia, por exemplo,
“a perseguição aumentou consideravelmente desde a subida ao poder, em 2014, do
Partido Bharatiya Janata, um partido nacionalista hindu de direita liderado
pelo primeiro-ministro Narendra Modi, denuncia o relatório.
Por outro lado, na China,
“onde o presidente descreveu o Cristianismo como «uma infiltração estrangeira»,
o aumento da hostilidade para com as comunidades religiosas, acusadas de
resistirem ao controlo governamental, resultou na remoção cada vez mais
generalizada de cruzes das igrejas e na destruição de edifícios religiosos.
Algumas autoridades regionais proibiram as árvores de Natal e os cartões de
boas festas”.
É da Coreia do Norte que chega
a acusação mais forte: “Na Coreia do Norte, a grande infratora, as «atrocidades
inqualificáveis» contra os Cristãos incluem fazer passar fome à força, aborto e
relatos de fiéis pendurados em cruzes sobre o fogo ou esmagados por um rolo
compressor”, lê-se no documento.
Em novembro do ano passado, a
mesma fundação apresentou o
relatório anual sobre o estado da liberdade religiosa no mundo
(não apenas relativa aos cristãos), e identificou o “hiper-extremismo islâmico”
como principal ameaça à liberdade religiosa. O novo relatório é apresentado na
íntegra esta quinta-feira, às 17h, pelo bispo auxiliar de Lisboa D. Nuno Brás,
no auditório da Rádio Renascença, em Lisboa.
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