POBREZA/solidariedade
POBREZA/solidariedade
«Combate deve ser à pobreza,
não aos pobres» – Eugénio Fonseca
Nov 9, 2019 - 10:53
Conferência da Comissão
Nacional Justiça e Paz acontece hoje em Lisboa e quer sublinhar «dignidade
humana» de todos
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O presidente da Cáritas Portuguesa disse hoje que os pobres podem estar “privados de meios terceiros” mas não perdem as suas qualidades, havendo uma “norteadora de todas as outras: a dignidade humana”.
“No trabalho com os pobres é
esta qualidade que deve nortear as nossas ações: o respeito pela dignidade
humana”, assumiu Eugénio Fonseca na abertura da Conferência da Comissão
Nacional Justiça e Paz «Com os pobres».
O responsável aludiu ao
“perfil” das pessoas que hoje estão em situação de pobreza e lamentou o esforço
de tantos para “trabalhar pela pobreza” esquecendo que as ações devem estar em
conformidade com a “dignidade das pessoas”: “Devemos lutar contra a pobreza,
não contra os pobres”.
“Estamos mais habituados a
trabalhar pela pobreza como se estes fossem destituídos dos talentos que o
Criador lhes deu, lamentou.
Eugénio Fonseca sublinhou que
a “erradicação da pobreza” está ao alcance da humanidade.
“A pobreza não é uma
fatalidade. É uma frase feita mas que precisamos repetir. Para a erradicação da
pobreza mão basta agirmos nas consequências geradas pela pobreza, temos de agir
sistematicamente e estruturalmente nas causas da pobreza”, enfatizou o
presidente da Cáritas Portuguesa.
O responsável saudou “novas
mentalidades ao serviço do combate à pobreza” recordando a atribuição do Nobel
da Economia deste ano, que reconheceu o trabalho do indiano Abhijit Banerjee,
da francesa Esther Duflo e do norte-americano Michael Kremer.
A Conferência da CNJP trouxe a
Portugal o cardeal D. Juan José Omella, cardeal-arcebispo de Barcelona para
falar sobre a opção preferencial pelos pobres da Igreja católica.
«A pobreza: Uma perspetiva
económica» vai ser refletida por Joana Duarte Silva (Universidade Católica
Portuguesa) e o tema «Migrações, Pobreza e Desenvolvimento» vai ser tratado por
Pedro Góis (Universidade de Coimbra).
A atividade da
Comissão Nacional Justiça e Paz conta também com testemunhos dos Leigos Para o
Desenvolvimento e da Cáritas da Diocese de Beja.
O presidente da CNJP quis
recordar alguns apontamentos do Papa Francisco na mensagem para o Dia Mundial
dos Pobres, que se assinala no próximo dia 17 de novembro.
“Não podemos esquecer a
pobreza na sociedade portuguesa, e a própria Assembleia da República já definiu
que a pobreza conduz a violação dos direitos humanos”, afirmou Pedro Vaz Patto.
Para o responsável pela CNJP o
combate a pobreza “deve ser desígnio nacional”.
LS
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