«Memórias» de Salazar

“Memórias de Salazar”

É verdade. Podia tratar-se de algo que ofendesse um político meio ditador ou ditador por inteiro, pois não admite que exista o adversário nem que se fale nele. Muito menos dar o seu nome a um produto que teria um provável futuro na economia. Pois o Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) acaba de chumbar a criação de uma marca de vinho “Memórias de Salazar”. É caricata a argumentação da resposta enviada para Santa Comba, para a empresa vinícola, onde se diz que “poderá encerrar um teor político perante o público ou ferir a consciência colectiva da nossa sociedade”. Acho pertinente a resposta de João Lourenço, Presidente da Câmara de Santa Comba: “ Há um problema de maturidade política e uma elite cheia de preconceitos que acha que toda a gente deve pensar como ela, mas isso é que é uma ditadura”. Valente. Salazar já tem o seu nome inapagável na história e os do 25 de abril – desculpem-me – mas quase nem os alunos das Escolas já conhece o nome deles. Assim, o país não andará para a frente. Que mais faz:” Memórias de Salazar”, “Encostas de Salazar” ou “Vinhas de Salazar”? Sou cego ou vejo mal… Mas gostava de viver num país respeitador da dignidade das pessoas e do bem que fazem. Eu dava um conselho: Sr Presidente: não poderá engarrafar o vinho na Espanha?

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