"Neste
momento, contámos cinco mortos. E cerca de 300 pessoas ficaram feridas hoje,
desde a meia-noite", declarou o coordenador desse centro médico, Oleg
Musiy. à rádio Hromadske, pró-oposição, citado pela AFP. Esta agência refere
ainda informações do site Ukrainska Pravda, o qual refere que quatro das cinco
pessoas mortas nos confrontos apresentam ferimentos de bala.
Hoje
entraram em vigor as novas leis que restringem as manifestações, prevendo penas
de prisão entre os cinco e os 15 anos para quem bloquear o acesso a edifícios
governamentais ou erguer tendas e palcos na via pública sem autorização prévia
das autoridades.
Manifestantes
pró-União Europeia, contrários à aproximação feita pelo Presidente Viktor
Ianukovitch à Rússia de Vladimir Putin, têm erguido tendas e barricadas nas
ruas de Kiev ao longo dos últimos meses. E, apesar das baixas temperaturas e da
neve, não arredam pé. O epicentro dos protestos é, tal como em 2004, aquando da
chamada Revolução Laranja, a Praça da Independência.
Os
protestos começaram quando Ianukovitch anunciou que não iria assinar o acordo
de associação entre a Ucrânia e a UE, preferindo antes assinar um acordo de
cooperação económica com a Rússia. E desde então só têm vindo a piorar, com os
dois campos a serem apoiados do exterior: a oposição pela UE e pelos EUA, o
Governo pela Rússia.
O
Presidente ucraniano encetou depois conversações com a oposição, mas até agora
não há qualquer sinal de que tais conversações possam produzir resultados no
sentido de acabar com a instabilidade e os confrontos na rua. Após uma reunião
hoje com o chefe do Estado ucraniano, a oposição fez saber que vai "passar
ao ataque" caso não haja concessões."Se Ianukovitch não fizer
concessões, amanhã [quinta-feira] nós passamos à ofensiva", declarou
Vitali Klitschko, ex-campeão do mundo de boxe, do partido Aliança Democrática
Ucraniana, perante dezenas de milhares de manifestantes da oposição reunidos em
Kiev.
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