UCRÂNIA Número de mortos na Ucrânia dobra em duas semanas

UCRÂNIA
Número de mortos na Ucrânia dobra em duas semanas
3 de agosto de 2014 - 11h19 

 O número de mortos e feridos no leste da Ucrânia em decorrência da investida militar do governo local contra a população dobrou nas duas últimas semanas, de acordo com informações da ONU (Organização das Nações Unidas).

Casa destruída em Lugansk
Ao todo, pelo menos 2.086 pessoas já perderam a vida segundo estimativas. "Isso corresponde a uma tendência crescente e clara", afirma o porta-voz das Nações Unidas, Cecile Pouilly. “Mais de 60 pessoas são mortas ou feridas todos os dias. São quase cinco mil feridos”. 

Os dados contabilizam os membros do corpo militar ucraniano, as forças de resistência no leste do país e, principalmente, os civis. No entanto, essas são "estimativas muito conservadoras", disse Pouilly, em referência a possibilidade de estes números serem muito maiores.
 
A crise na Ucrânia tem sido amplamente descrita como uma catástrofe humanitária. De acordo com as estimativas mais recentes da ONU, mais de 110 mil pessoas se deslocaram para outras regiões da Ucrânia fugindo do conflito. A Rússia declarou que mais de 730 mil pessoas se refugiaram no território russo. Só em Donetsk, mais de mil pessoas pessoas ficaram desabrigadas devido aos combates, de acordo com a administração da cidade. Em Lugansk, outra localidade muito afetada pelas investidas do governo ucraniano, 250 mil pessoas não podem deixar a cidade e estão sem água, eletricidade e sem comunicação.
A expectativa é que a ajuda humanitária russa chegue até o local nos próximos dias, apesar do governo ucraniano estar dificultando a entrada dos suprimentos. As autoridades do país têm afirmado, repetidamente, que não vão permitir que a carga com alimentos e remédios passe pela fronteira. A alegação é de que os russos estariam camuflando um apoio militar ou mesmo uma intervenção através da ajuda humanitária, facto negado por Moscou. A Cruz Vermelha irá acompanhar a entrega dos suprimentos.

O conflito começou em meados de abril deste ano, quando a população do leste da Ucrânia não aceitou o golpe de Estado protagonizado pelas actuais autoridades ucranianas. Desde então, Kiev tem investido militarmente contra esta região do país. 

Tayguara Ribeiro, da redação do Vermelho,com informações do Russia Today

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